quinta-feira, 26 de março de 2009

o que eu andei para aqui chegar (o nosso euromilhões aproxima-se)

Rota, é o termo que melhor me adjectiva hoje depois do dia de ontem.

Uma longa jornada que, se espera, venha a ter o final desejado. Vou abreviar a história, que vem na sequência do que comecei a contar aqui.

Ontem tínhamos mais umas avaliações marcadas, no Hospital de São João. Estavam marcadas para as 11h. Eram 13h quando fomos informados que o médico não viria. A sala estava cheia! As pessoas começaram a reclamar mas, não havendo nada a fazer, rapidamente dispersaram. Fomos informados que, apesar de o médico ter avisado os serviços administrativos para remarcarem as consultas porque ele iria estar fora nesse dia, e ter pedido para avisar os doentes por carta, por algum motivo ninguém tinha recebido tal aviso prévio. Para nós o problema era "mais grave", o meu pai tinha vindo de Lisboa de propósito (e a esta altura já estava para lá de nervoso), e esta situação implicava regressar noutra altura (sabe-se lá quando), era um revés neste processo em que ele está tão esperançado. Eu, que também sou uma miúda dada ao nervosismo, em algumas situações adquiro uma calma "transcendental" que, no momento, me dá uma capacidade de me superar e espantar a mim própria. Sendo claro que já tínhamos começado mal, havia que procurar "resolver a situação" o melhor possível e deixar tudo encaminhado para que este processo não parásse, agora que tudo parecia estar tão bem encaminhado. Com uma calma, "estranha em mim", que nestes casos me faz inclusivé baixar o meu esganiçado e estridente tom de voz, fui expôr a situação à enfermeira. No entretanto chegou a psicóloga a quem, mais uma vez, expliquei a situação (o processo em curso, a importância da celeridade do processo de avaliação para dar continuidade ao processo de selecção para a cirurgia - a vinda expressa de Lisboa - o nervosismo do meu pai ...). O que exactamente se passou logo de seguida não sei, o que sei é que o médico foi contactado telefonicamente (estava ausente do Porto, num congresso em Lisboa onde iria fazer uma apresentação) e pediu para nos avisar (a nós e a outro senhor que, tal como o meu pai, está a ser avaliado para se decidir ou não pela cirurgia) que nos atenderia no final do dia. A psicóloga, essa, disse-nos imediatamente que faria ainda naquela hora a avaliação do meu pai. (O meu pai, nesta altura, já parecia uma barata tonta. Se tivesse ido sozinho certamente ter-se-ia ido embora nervosíssimo! Mas eu estava lá e consegui conter alguns estragos.) E assim foi, 1h30 de avaliação psicológica depois fomos almoçar. Eram 15h! Depois foi esperar até às 18h30 pelo neurologista. Chegou ligeiramente depois desta nova hora marcada (18h45), com o meu pai já novamente a ficar nervoso e impaciente, apressado e com um pedido de desculpas na boca. Não um pedido de desculpas meramente protocolar. É bom quando nos deparamos com pessoas assim, que não nos fazem sentir "coisas". E, finalmente, a avaliação neurológica feita com cuidado e atenção, explicada e com disponibilidade para responder a todas as perguntas. Afinal a espera tinha valido a pena!

No final o médico disse-nos que iria requisitar algumas análises de rotina que já servirão para a preparação da eventual intervenção (e cuja requisição me enviará digitalizada por e-mail, para que o meu pai não tenha que ficar aqui retido para as fazer no Hospital de São João) e que, da parte dele, ele daria o seu aval para a realização da cirurgia. Ele e o neurocirugião vão, no entretanto, analisar a ressonância magnética que o meu pai efectuou. A próxima etapa será uma reunião entre ele, a psicóloga e o neurocirurgião, para porem em comum as várias avaliações.

Mais um pedido de desculpas depois despedimo-nos e fomo-nos embora para casa, contentes, esperançados e 9h depois de termos chegado ao hospital.

Post Scriptum Apesar de todos estes percalços, a minha boa impressão mantém-se. Não sei se haveriam muitos médicos "sensíveis" a esta questão de alguém vir de longe para ser consultado e de se predisporem a vê-lo no final desse mesmo dia. Não sei se mesmo isso acontecendo fariam um pedido desculpas como nós ouvimos. Não sei se teriam a mesma calma e atenção... Não sei, mas a minha experiência até hoje diz-me que não...

3 comentários:

Márcio Beckman 26 de março de 2009 às 10:47  

São os percalços da vida, todo dia é um desafio.

Mãe Sisa 26 de março de 2009 às 19:26  

É, comadre...
Não são todos, não! A minha experiência comprova-o!
Mas ainda bem que correu tudo bem, no final do dia...

Xu 26 de março de 2009 às 22:24  

Fiko mt feliz por td se ter encaminhado mas confesso q estou um poko preocupada com a tua reacção ... oh diaaaabo tu keres la ver q tas a amolecer? Penso q outrora terias danifikado parte do balcao de atendimento e kem sabe enviado a enfermeira para os cuidados intensivou ou pelo menos para umas sessoes de psikoterapia maaaaaaaaaaaaaaaaaas ... se funcionou ... eh pa .. ainda bem.
Qto ao medico ... sim senhor, um gaijo com sentimentos e com palavra ... é de louvar e manter.
Beijos e continuaçao de bom processo.

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