quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

medos...

todos temos medos. uns mais que outros mas, inevitavelmente, todos acabamos por ter medo de algo.
até há algum tempo tinha uns medos confessáveis e outros inconfessáveis. neste momento são todos confessáveis. esconder não os diminui em nada e só aumenta o peso da carga. além disso não gosto de esconder. reflexos pavlovianos de outros tempos.
tenho medos mais "corriqueiros", de andar a cavalo, de perder as chaves de casa e não conseguir entrar, de que o gato fuja... e tenho daqueles maiores.
não são medos de, por exemplo, "ao morrer descobrir que não vivi" ou coisas que tais. não, são medos de situações concretas. um deles "persegue-me" há pelo menos uma década. mas já me estou a adiantar.

1) tenho medo de virar sem-abrigo.
não sei de onde vem isto, mas a verdade é que tenho. a vida dá tantas voltas. ainda no outro dia num almoço com uma amiga ela me dizia, a propósito de uma reportagem que tinha visto, que havia um senhor que dizia à repórter: "sabe menina, já tive três casas e agora durmo na rua". os imprevistos acontecem. sei lá!

2) tenho medo de ficar sem família.
tenho uma família pequena e inevitavelmente isso acabará por acontecer. sou eu, os meus pais e os meus avós. não tenho irmãos, não tenho sobrinhos. tenhos uns primos, mas não tenho grande ligação com eles. assusta-me o dia (partindo do pressuposto que pode revelar-se completamente errado que os mais velhos morrem primeiro) em que acordar e já não existir nenhuma destas criaturas à miha volta. descobrir que estou sozinha. eu sei que no final e ao fim e ao cabo contamos connosco, mas a falta de alternativa assusta-me.

3) tenho medo de ficar louca.
e é este o medo que me aterroriza há uma década. não vivo escrava dele, mas de vez em quando ele emerge. acho que porque já me senti no limite da sanidade mental algumas vezes. senti que a linha que separa a sanidade da loucura é muito ténue. e é tão fácil passá-la. consigo brincar com isso e com o facto de dar muitas vezes por mim a falar/rir sozinha na rua enquanto penso alto, mas o medo mora por cá. (aliás uma das etiquetas dos posts é "a caminho da loucura". ontem, um dia em que quase tudo não correu bem e em que no laboratório o ambiente também estava agreste para a maioria, eu sugeri que fossemos nús para o corredor do departamento dançar a "Macarena". para além das gargalhadas que arranquei também tive direito a alguns daqueles olhares que reservamos aos loucos. bom, se calhar já não falta tudo! :)

4 comentários:

foxtrot 19 de fevereiro de 2009 às 11:18  

1 passinho de cada vez, é o que digo para mim hj em dia.
À noite quando fores dormir faz como eu, pensa nas 3 coisas que correram melhor no teu dia, e adormece a pensar nelas! Vais adormecer a sorrir e acordas melhor!!

Quanto a medos, eu também tenho uma família pequena, agora sou só eu e a minha mãe. Antes tinha o pai e avó, e os irmãos do lado do pai de quem tenho sobrinhos. Com a morte do pai, vieram as partilhas e foram-se os irmãos se é que entendes...Tenho umas tias e tios de quem nunca fui próxima. No Natal, sempre senti falta de ter uma mesa cheia.. e agora mais que nunca que somos só as duas. Acho que é este sentimento que me faz querer ter mais que um filho, para ter vida na casa, correrias, asneiras, castigos, alegrias e gargalhadas. Como isso ainda vai demorar aprendi que a família não se escolhe, mas os amigos sim, por isso rodeia-te de quem mais gostas e dos que achas que te merecem e que tu mereces! De resto, poucos mas bons!!

beijinhos

dom 19 de fevereiro de 2009 às 16:50  

Medos, todos os temos ... eu tenho.
Medo de ficar sem a minha filha é o meu maior medo. Confesso que esse medo persegue-me todos os dias desde que ela nasceu.
Mas os medos só existem para termos noção de que nem tudo é belo, e é bom ter medo, porque nos obriga não nos relaxarmos com algumas das coisas mais simples mas mais importantes...

A macarena ... confesso que tambem já não danço faz tempo, mas mais ainda, confesso que tenho saudades dos teus momentos de loucura na bela Ferreira Dias.

1000 beijos!
Dom AKA Gus

Moura Aveirense 19 de fevereiro de 2009 às 20:03  

Partilho principalmente esse teu medo #2... também eu sou filha única e neta única.

Sofia 20 de fevereiro de 2009 às 00:28  

Tenho medo de fazer sofrer os que Amo.
Eu sou da opinião da MI, A família não se escolhe, os amigos, esses sim. E esses tens e escolhes-te e foste escolhida.
Bjks

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