gosto vs não gosto
Como é que foi a sua educação literária?
[Riso] Foi muito básica. Muito simples.
A sério?! É difícil acreditar nisso.
Foi simples, foi. Havia a estante do meu pai e havia a estante da minha mãe. Na estante do meu pai, os livros estavam arrumados por género, como estão nas estantes das pessoas normais. Estavam arrumados também por alturas. Ou seja, nas prateleiras de cima estavam os livros mais picantes: o Jorge Amado e coisas assim. Só se chegava lá quando já se tinha crescido o suficiente. Lembro-me de que a minha irmã já ia no Jorge Amado enquanto eu ainda estava cá em baixo no Melville, ou coisa que o valha. E ela dizia-me: "Quando chegar cá acima é que vai ver; aqui é que estão os bons." A estante da minha mãe era mais simples mas para nós mais complicada. Ela não arrumava por géneros, arrumava de uma forma extraordinária que eu nunca mais vi: os livros de que eu gosto e os livros de que eu não gosto. E os livros de que ela gostava eram não mais de cinquenta.
Miguel Sousa Tavares entrevistado por Carlos Vaz Marques para a revista Ler
3 comentários:
Hehehehehehe ... dito assim ate parece fácil mesmo né?
Eu tb separo pelos q gosto e pelos q n gosto, torna tudo tao mais facil, pelo menos eu axo!
:) Eu ordeno-os por tipos... e dentro de cada tipo por ordem alfabética do autor.
Se fosse eu, onde colocava os que:
- gostei bastante, embora...
- gostei assim assim...
- não gostei mas reconheço que..
- gostei, só foi pena que..
- o inicio prometia mas para o fim..
etc, etc... !!!!!
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