sexta-feira, 24 de julho de 2009

Os poemas do gato - Lágrima de preta



Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhai-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

[António Gedeão]

2 comentários:

Moura Aveirense 24 de julho de 2009 às 23:32  

Gedeão, sempre!

Mafalda 25 de julho de 2009 às 12:46  

lol
sim, concordo ctg...e qd recebi o teu comentario estava a mudar;)
foi a chamada telepatia!!!
* * * *

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