Os poemas do gato - Lágrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhai-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais. 
Ensaiei a frio, 
experimentei ao lume, 
de todas as vezes 
deu-me o que é costume: 
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio. 
Água (quase tudo) 
e cloreto de sódio.
[António Gedeão]

2 comentários:
Gedeão, sempre!
lol
sim, concordo ctg...e qd recebi o teu comentario estava a mudar;)
foi a chamada telepatia!!!
* * * *
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