quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Viver a doença como parte da Vida

Na semana passada soube que uma das pessoas que eu mais admiro na empresa para a qual tenho trabalhado ao longo do último ano (nos EUA) - um líder brilhante e um homem exemplar - está doente, tem um tumor no cérebro. Em menos de uma semana as perdas de memória ocasionais e outros sintomas simples tiveram esse desfecho. De um dia para o outro é marcada a cirurgia e ele assume a doença perante a organização, escreve um mail (para as pessoas mais próximas) de uma simplicidade e humildade extraordinárias que intitula de "You never know..." - uma mensagem à qual não é alheia a eventualidade de poder ser uma despedida.
E, num gesto em que eu vejo mais uma prova de humildade, cria em http://caringbridge.org/ um site em seu nome para que as pessoas possam acompanhar o desenrolar da sua doença através de um diário que ele próprio e a família vão escrevendo, permanecer em contacto solidário com a família e deixar mensagens de apoio e testemunhos de vida. Uma espécie de visitas sem horário...
Confesso-vos: passou a ser um dos sites que visito uma ou duas vezes por dia. Porque admiro a pessoa e rezo pela sua recuperação, porque admiro a forma natural e humilde como a doença foi assumida, porque admiro a força daquela família e porque assim se pode estar próximo sem ser intrusivo, porque assim se pode estar informado sem ser bisbilhoteiro ou sem sentir aquela necessidade mórbida de tudo especular e tudo comentar.
A doença faz parte da Vida e o Paul está a lutar por ela. Lembrem-no nas vossas orações...
Raio de Sol

3 comentários:

luís.r 14 de novembro de 2008 às 17:45  

Partilhar desta maneira as experiências dos que nos estão próximos não só nos torna mais humanos como nos permite poder estar perto sem precisar de ser chamados. Até há pouco tempo acompanhei assim, via blog, um antigo colega cuja história teve, graças a Deus, um desenvolvimento feliz. As melhoras para o Paul.

Piquenina 14 de novembro de 2008 às 20:16  

Como te disse fui incapaz de ler este post no comboio. O acompanhamento que fiz de um amigo que faleceu com cancro tornaram-me frágil perante estas situações e desato num pranto compulsivo, que não se coaduna com uma viagem de comboio entre uma amálgama de gente estranha. Coincidência, ou não, a crónica da Laurinda Alves hoje, no Público, também fala de um doente terminal. Uma crónica belíssima, cheia da simplicidade/sensibilidade característica da Laurinda (que saudades da Xis!).
Rezo pelo Paul, pela sua família e por todos os outros anónimos que neste momento travam uma luta de vida/morte.

Mãe Sisa 14 de novembro de 2008 às 23:49  

As minhas orações estarão com ele e com a família dele.
Às vezes é mais difícil de compreender o porquê de algumas coisas para quem "está de fora" da situação, do que para quem a vive... intensamente, em todos os segundos...
Fica o registo da coragem e da disponibilidade dele e dos seus.
Abraço

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