segunda-feira, 6 de abril de 2009

Poemas que vivem na Casota da Piquenina (22)

Dizem que a paixão o conheceu

dizem que a paixão o conheceu
mas hoje vive escondido nuns óculos escuros
senta-se no estremecer da noite enumera
o que lhe sobejou do adolescente rosto
turvo pela ligeira náusea da velhice

conhece a solidão de quem permanece acordado
quase sempre estendido ao lado do sono
pressente o suave esvoaçar da idade
ergue-se para o espelho
que lhe devolve um sorriso tamanho do medo

dizem que vive na transparência do sonho
à beira-mar envelheceu vagarosamente
sem que nenhuma ternura nenhuma alegria
nenhum ofício cantante
o tenha convencido a permanecer entre os vivos

[Al Berto]

2 comentários:

Mafalda 6 de abril de 2009 às 17:39  

q bonito:*

. 7 de abril de 2009 às 22:36  

epa, também gosto assiiiiiim bué da escrita desse senhor (:

nem sei como ainda não pus nenhum texto dele no meu berloque! *

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