120
Se Fernando Pessoa fosse vivo, faria 120 anos.
Deixo-vos um poema inédito, sem data, de Alberto Caeiro transcrito por Jerónimo Pizzarro.
Gosto do céu porque não creio que elle seja infinito.
Que pode ter comigo o que não começa nem acaba?
Não creio no infinito, não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa numa parte e numa parte acaba
E que agora e antes d'isso ha absolutamente nada.
Creio que o tempo tem um principio e tem um fim,
E que antes e depois d'isso não havia tempo.
Porque ha de ser isto falso? Falso é fallar de infinitos
Como se soubessemos o que são de os podermos entender.
Não: tudo é uma quantidade de cousas.
Tudo é definido, tudo é limitado, tudo é cousas.
1 comentários:
Ainda dizem que o ópio faz mal! xD
Dificilmente nascerá outra alma atormentada com a genialidade desta!
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