terça-feira, 31 de março de 2009

Sofro de SAS

Sofro de SAS - Síndrome Agudo de Sofá.
Agora, invariavelmente, adormeço no Sofá. Às vezes nem preciso de me deitar. A última memória que tenho é de estar sentada no sofá a ler, ou a ver televisão e acordo sempre por volta das 3h da madrugada, com tudo ligado e já na posição horizontal.

Coisas que acontecem???!!!

páginas

Já lá vão bastantes dias, desde que a Moura Aveirense me lançou este desafio. Primeiro não pude responder a ele porque o livro que trazia comigo não tinha 161 páginas e depois... bom, depois esqueci-me.

Mas aqui está, o desafio tem uma regra única e simples e diz:
Peguem no livro que estão a ler abram na página 161 , seleccionem a quinta frase e ...

cá vai:

Do transcepto sul chegou-lhe um fragor de pedra a desmoronar-se e a despedaçar-se; do transcepto norte, um estampido e o roçar glacial de vidro.
In O Pináculo
[William Golding]

Este é a minha segunda incursão no Universo Golding. Até ao momento só li o clássico “Deus das Moscas” que muito me agradou, pela desconstrução que o perpassa, pela descrição da crueldade, pela grande metáfora...
No outro dia vi este livro dele à venda e decidi que iria fazer nova incursão. Neste livro “O Deão Jocelin tem uma visão: Deus escolheu-o para erigir um magnificiente pináculo na sua catedral. O pedreiro encarregado da obra desaconselha-o fortemente, pois a velha catedral foi construída sem fundações. Mesmo assim...”

Ainda vou muito no início, mas parece-me que mais uma vez Golding descreve um processo de desconstrução desta vez não só metafórica mas também literal.

Assim dá (ainda mais) gosto ler! :)

Bem-(Re)Vindo!

Bem-(re)Vindo Luís!

Quando convido os meus amigos lá para casa (e também aqui para o Planeta) é para fazerem "parte de..." Assim normalmente, e invariavelmente, acabam a pôr a mesa, a partir o pão, a descascar fruta para a salada, a ajudar-me a fazer a cama de lavado enquanto a massada de peixe acaba de apurar (não é verdade MadSci?)...

Por isso é verdade que passar da sala para a cozinha é uma "promoção", por assim dizer. Não gosto de cerimónias, nem de as fazer. Nas cerimónias assistimos. Gosto de rituais e nos rituais partilhamos, envolvemo-nos, fazemos parte. Os amigos é para "se embrulharem" na minha vida, no meu espaço.

Por aqui já há bichos a escrever, mas se de vez em quando também vier uma aranha escrever uma crónica não ficaremos zangados. Deixamo-la desde já convidada para que se sinta em casa :)

Um abraço grande, daqueles!

segunda-feira, 30 de março de 2009

De como fui da Sala para a Cozinha

Não quero deixar o dia acabar sem agradecer formalmente o convite que a Piquenina me fez – e que prontamente aceitei – de ser um cronista regular no Piqueno Planeta. Mesmo o meu aviso que que a minha regularidade é relativa (deixei o meu próprio blog tão abandonado que, quando lá voltei, as aranhas em vez de fazer teias já escreviam crónicas) não a demoveu da ideia.

Assim cá estou, passei da Sala de Visitas para a Cozinha. Se vocês, como eu, acham que a Cozinha é o local mais vivo da casa, até porque é aí que se encontra habitualmente o anfitrião no dia da festa, percebem o que quero dizer. Espero que gostem dos meus cozinhados. Até breve.

cuidado com a língua

está a dar, agora, no canal 1 e é um programa delicioso!


lúdico, pedagógico e em que a "presença" da narradora resulta na perfeição.

hoje em clima indiano :) gosto!

O que me emociona (9)

ouvir o meu pai classificar a dor que sente há quase 40 anos, segundo uma escala fornecida pela psicóloga, como cruel e angustiante.

a foto é do Pedro Marques e tirei-a daqui.

hoje sinto-me assim... (2)

nothing sweet about me! nadinha, mesmo :)

Da Fantasia

There, beyond the bounds of you weak imagination
Lie the noble towers of my city, bright and gold.

Não compreendo porque algumas pessoas rejeitam a Fantasia. Dizem-me que "não é real". Para mim é uma desculpa esfarrapada para a falta de imaginação, ou pior ainda, para a rejeição da imaginação. Toda a ficção é, afinal de contas, fantasia. O facto de uma história se passar em Lisboa, Paris, Faerie ou Mordor não a torna mais ou menos real. E conseguir projectar a imaginação para mundos impossíveis de criaturas impossíveis é uma aventura que sempre me fascinou.

Um dos meus primeiros contactos com a Fantasia, ainda na infância, foi uma canção. Creio que foi a primeira vez que percebi que a música também contava histórias. Os storytellers da música folk vieram mais tarde. Aqui fica a letra e o clip. Fraquinho, dado a época, sem nada a ver com a história, como muitos clips, mas engraçado mesmo assim.

[Luís R]



Genesis - A Trick of the Tail

Bored of the life on the city of gold
He'd left and let nobody know.
Gone were the towers he had known from a child,
Alone with the dream of a life
He travelled the wide open road,
The blinkered arcade,
In search of another to share in his life.
Nowhere.
Everyone looked so strange to him.

They've got no horns and they've got no tail
They dont even know of our existence.
Am I wrong to believe in a city of gold
That lies in the deep distance, he cried

And wept as they led him away to a cage
Beast that can talk, read the sign.
The creatures they pushed and they prodded his frame
And questioned his story again.
But soon they grew bored of their prey
Beast that can talk? More like a freak or publicity stunt.
OhNo.

They've got no horns and they've got no tail
They dont even know of our existence.
Am I wrong to believe in a city of gold
That lies in the deep distance, he cried

And broke down the door of the cage and marched on out.
He grabbed a creature by the scruff of his neck, pointing out:
There, beyond the bounds of you weak imagination
Lie the noble towers of my city, bright and gold.
Let me take you there, show you a living story
Let me show you others such as me
Why did I ever leave?

They've got no horns and they've got no tail
They dont even know of our existence
Am I wrong to believe in a city of gold
That lies in the deep distance, he cried
And wept.

And so we set out with the beast and his horns
And his crazy description of home.
After many days journey we came to a peak
Where the beast gazed abroad and cried out.
We followed his gaze and we thought that maybe we saw
A spire of gold - no, a trick of the eye thats all,
But the beast was gone and a voice was heard:

They've got no horns and they've got no tail
They dont even know of our existence
Am I wrong to believe in a city of gold
That lies in the deep distance
Hello friend, welcome home.




Post Scriptum 4ª edição desta rúbrica, Sala de Visitas. É tão bom receber criaturas aqui n'O Planeta!

domingo, 29 de março de 2009

Gosto de... sonhar


gosto de saber sobre os sonhos de uns e de outros. acho que longe de quebrar a "boa sorte" saber dos sonhos inspira-nos. às vezes parece que os sonhos são inconfessáveis. gosto de saber dos sonhos, mesmo que pareçam ridículos, extravagantes, alucinantes, doentios... gosto de sonhar acordada, mais do que sonhar a dormir. os sonhos do sono às vezes pregam-me partidas. os sonhos acordados impelem-me à acção. gosto de sonhar porque me sinto como se estivesse a voar, a olhar tudo de cima e ajuda-me a perspectivar. quando me esqueço de sonhar fico rabugenta. hum... vou escrever um post-it para não me esquecer. e não se riam, porque com a frequência com que nos esquecemos de sonhar, até mais do que um post-it com hora marcada, deveríamos pôr um lembrete no telemóvel, um, dois ou três despertadores, enviar-nos e-mails para nos recordar...
Post Scriptum não era este o post que ia escrever... mas parece-me que tudo se está a encadear para a estreia de uma nova rúbrica

gostava de ter sido eu a dizer isto...

"A parte física da aparência do macho é-me secundária. O que me leva para os braços, esse que me traz o recado, é aquele que tem algo que apaga a aparência."

Lídia Jorge
in o que sei sobre os homens por Ana Sousa Dias (rúbrica da Pública 28-03-2009)

6 meses Xpress

Já se passaram seis meses desde que cheguei aqui à Casota. Parece que foi ontem. Primeiro estranhei e fartei-me de miar, depois optei por adoptar a minha dona. Desde a primeira noite que durmo com ela ;)
Apesar de tudo, sinto-me como se tivesse ganho o Euromilhões dos gatos!

Meeeeeeow!

Gira-Discos vs Mp3 - 41

Mais um Domingo e mais uma actualização!

No Gira-Discos temos Mister David Bowie, com The Man Who Sold the World.



No Mp3 uma música que é parte da banda sonora do filme Closer. The Bower's Daughter.



Bom Domingo Criaturas! Aproveitem bem este acréscimo de horas solares :)

sábado, 28 de março de 2009

nada a declarar...

depois de uma manhã na ronha. depois de preparar uma moqueca de peixe/camarão. depois de um tinto maduro alentejano (eu sei que não vai bem com o peixe, mas escorre tão bem...).
depois do cumprir de algumas lides domésticas vou relaxar... aaaaaaaaaaaaaah

bom Sábado. bom fim-de-semana.

sexta-feira, 27 de março de 2009

há coisas BESTIAIS!

Arcade Fire + David Bowie é uma delas :)

Curto... beber água daqui! (2)















já vos tinha dito. fica agora a imagem para confirmar :)


bom fim-de-semana! mal posso esperar para, finalmente, ficar na cama com ela até tarde...

Meeeooow

hoje sinto-me assim...

quinta-feira, 26 de março de 2009

Deixa lá Senhor, já é tarde demais :)

Seigneur, donnez-moi la force et le courage

de regarder mon coeur et mon corps sans dégoût!
[G. Tomasi di Lampedusa]
in O Leopardo

Hoje pareço o Calvin. Quando a meio da manhã olhei para mim não pude deixar de gargalhar. Porquê?

Vejamos: botas de montanha, calças de ganga (até aqui tudo bem) e uma camisola de algodão beje com umas flores pretas de manga cava. Não bate a bota com a perdigota!

A razão? Provavelmente aconteceu algo assim:

Ou então é somente falta de gosto. É o que eu sempre digo, ou vem nos genes ou então... dá nisto, falta de gosto congénita!

Mozart meets Bond! (esse mesmo que estão a pensar)

O nosso convidado, que já é da casa, Luís R. apresentou-me a estes senhores.
Eu, claro, fiquei viciada!

Digam lá que esta mistura não é bestial!


Muito muito muito obrigado.

feli... nidade (10)

eu cá certifico-me sempre!


o que eu andei para aqui chegar (o nosso euromilhões aproxima-se)

Rota, é o termo que melhor me adjectiva hoje depois do dia de ontem.

Uma longa jornada que, se espera, venha a ter o final desejado. Vou abreviar a história, que vem na sequência do que comecei a contar aqui.

Ontem tínhamos mais umas avaliações marcadas, no Hospital de São João. Estavam marcadas para as 11h. Eram 13h quando fomos informados que o médico não viria. A sala estava cheia! As pessoas começaram a reclamar mas, não havendo nada a fazer, rapidamente dispersaram. Fomos informados que, apesar de o médico ter avisado os serviços administrativos para remarcarem as consultas porque ele iria estar fora nesse dia, e ter pedido para avisar os doentes por carta, por algum motivo ninguém tinha recebido tal aviso prévio. Para nós o problema era "mais grave", o meu pai tinha vindo de Lisboa de propósito (e a esta altura já estava para lá de nervoso), e esta situação implicava regressar noutra altura (sabe-se lá quando), era um revés neste processo em que ele está tão esperançado. Eu, que também sou uma miúda dada ao nervosismo, em algumas situações adquiro uma calma "transcendental" que, no momento, me dá uma capacidade de me superar e espantar a mim própria. Sendo claro que já tínhamos começado mal, havia que procurar "resolver a situação" o melhor possível e deixar tudo encaminhado para que este processo não parásse, agora que tudo parecia estar tão bem encaminhado. Com uma calma, "estranha em mim", que nestes casos me faz inclusivé baixar o meu esganiçado e estridente tom de voz, fui expôr a situação à enfermeira. No entretanto chegou a psicóloga a quem, mais uma vez, expliquei a situação (o processo em curso, a importância da celeridade do processo de avaliação para dar continuidade ao processo de selecção para a cirurgia - a vinda expressa de Lisboa - o nervosismo do meu pai ...). O que exactamente se passou logo de seguida não sei, o que sei é que o médico foi contactado telefonicamente (estava ausente do Porto, num congresso em Lisboa onde iria fazer uma apresentação) e pediu para nos avisar (a nós e a outro senhor que, tal como o meu pai, está a ser avaliado para se decidir ou não pela cirurgia) que nos atenderia no final do dia. A psicóloga, essa, disse-nos imediatamente que faria ainda naquela hora a avaliação do meu pai. (O meu pai, nesta altura, já parecia uma barata tonta. Se tivesse ido sozinho certamente ter-se-ia ido embora nervosíssimo! Mas eu estava lá e consegui conter alguns estragos.) E assim foi, 1h30 de avaliação psicológica depois fomos almoçar. Eram 15h! Depois foi esperar até às 18h30 pelo neurologista. Chegou ligeiramente depois desta nova hora marcada (18h45), com o meu pai já novamente a ficar nervoso e impaciente, apressado e com um pedido de desculpas na boca. Não um pedido de desculpas meramente protocolar. É bom quando nos deparamos com pessoas assim, que não nos fazem sentir "coisas". E, finalmente, a avaliação neurológica feita com cuidado e atenção, explicada e com disponibilidade para responder a todas as perguntas. Afinal a espera tinha valido a pena!

No final o médico disse-nos que iria requisitar algumas análises de rotina que já servirão para a preparação da eventual intervenção (e cuja requisição me enviará digitalizada por e-mail, para que o meu pai não tenha que ficar aqui retido para as fazer no Hospital de São João) e que, da parte dele, ele daria o seu aval para a realização da cirurgia. Ele e o neurocirugião vão, no entretanto, analisar a ressonância magnética que o meu pai efectuou. A próxima etapa será uma reunião entre ele, a psicóloga e o neurocirurgião, para porem em comum as várias avaliações.

Mais um pedido de desculpas depois despedimo-nos e fomo-nos embora para casa, contentes, esperançados e 9h depois de termos chegado ao hospital.

Post Scriptum Apesar de todos estes percalços, a minha boa impressão mantém-se. Não sei se haveriam muitos médicos "sensíveis" a esta questão de alguém vir de longe para ser consultado e de se predisporem a vê-lo no final desse mesmo dia. Não sei se mesmo isso acontecendo fariam um pedido desculpas como nós ouvimos. Não sei se teriam a mesma calma e atenção... Não sei, mas a minha experiência até hoje diz-me que não...

quarta-feira, 25 de março de 2009

longa jornada

Eventualmente alguém terá dado pela minha falta, ou então não!
Hoje a jornada foi longa. Voltámos ao Hospital de São João para novas avaliações, mas uns percalços fizeram com que saíssemos de casa às 8h e só voltássemos às 22h.

Estou cansada, tenho de preparar o dia de amanhã e um gato a miar desalmadamente à espera que lhe limpem o caixote e afins...

Amanhã dou notícias, mas posso adiantar que são boas!

bjinhos

terça-feira, 24 de março de 2009

Quando eu era (ainda mais) Piquenina... não perdia a Candy Candy

... e cheguei mesmo a ter a caderneta!
Ao rever este pequeno trecho recordei como se o tivesse visto ontem. Porque será que há coisas que, por mais que o tempo passe, ficarão para sempre (ou pelo menos enquanto não vier o Senhor Alemão) gravadas na memória?

a caminho da loucura

hoje o dia soa-me a isto...

e apetece começar a rodopiar pelos corredores, até ficar tonta, ao ritmo desta música.


Gato Vadio

a minha dona tem a mania. se poemas de grilos e alface tem algum jeito! queres pôr aqui poemas do O'Neill então escolhe um em condições, como este! sempre, sempre, sempre a tentar ensiná-la. cansa-me a beleza.


Gato Vadio

Saber viver é vender a alma ao diabo

Gosto dos que não sabem viver,
dos que se esquecem de comer a sopa
(Allez-vous bientôt manger votre soupe,
s... b... de marchand de nuages?»)
e embarcam na primeira nuvem
para um reino sem pressa e sem dever.
Gosto dos que sonham enquanto o leite sobe,
transborda e escorre, já rio no chão,
e gosto de quem lhes segue o sonho
e lhes margina o rio com árvores de papel.
Gosto de Ofélia ao sabor da corrente.
Contigo é que me entendo,
piquena que te matas por amor
a cada novo e infeliz amor
e um dia morres mesmo
em «grande parva, que ele há tanto homem!»
(Dá Veloso-o-Frecheiro um grande grito?..)
Gosto do Napoleão-dos-Manicómios,
da Julieta-das-Trapeiras,
do Tenório-dos-Bairros
que passa fomeca mas não perde proa e parlapié...
Passarinheiros, também gosto de vocês!
Será isso viver, vender canários
que mais parecem sabonetes de limão,
vender fuliginosos passarocos implumes?
Não é viver.
É arte, lazeira, briol, poesia pura!
Não faço (quem é parvo?) a apologia do mendigo;
não me bandeio (que eu já vi esse filme...)
com gerações perdidas.
Mas senta aqui, mendigo:
vamos fazer um esparguete dos teus atacadores
e comê-lo como as pessoas educadas,
que não levantam o esparguete acima da cabeça
nem o chupam como você, seu irrecuperável!
E tu, derradeira geração perdida,
confia-me os teus sonhos de pureza
e cai de borco, que eu chamo-te ao meio-dia...
Por que não põem cifrões em vez de cruzes
nos túmulos desses rapazes desembarcados p'ra
[morrer?
Gosto deles assim, tão sem futuro,
enquanto se anunciam boas perspectivas
para o franco frrrrançais
e os politichiens si habiles, si rusés,
evitam mesmo a tempo a cornada fatal!
Les portugueux...
não pensam noutra coisa
senão no arame, nos carcanhóis, na estilha,
nos pintores, nas aflitas,
no tojé, na grana, no tempero,
nos marcolinos, nas fanfas, no balúrdio e
... sont toujours gueux,
mas gosto deles só porque não querem
apanhar as nozes...
Dize tu: - Já começou, porém, a racionalização do
[trabalho.
Direi eu: - Todavia o manguito será por muito tempo
o mais económico dos gestos!
*
Saber viver é vender a alma ao diabo,
a um diabo humanal, sem qualquer transcendência,
a um diabo que não espreita a alma, mas o furo,
a um satanazim que se dá por contente
de te levar a ti, de escarnecer de mim...

[Alexandre O´Neill]

segunda-feira, 23 de março de 2009

Poemas que vivem na Casota da Piquenina (21)

O Grilo


Tem muito estilo o grilo
(pena dar – lhe pràquilo...)

Quanto quilo de alface
(a alface é ao quilo ? )
não comeu já o grilo
para ter tanto estilo!

Faz cri – cri no meu verso,
faz cri – cri no meu quilo.
Cri – cri faz no ouvido
e quase no mamilo.

Dá – se ao grilo a folhinha
mas não guarda sigilo.

Ao canário da alpista
( também telegrafista )
que não anunciasse
logo o meu grilo : alface!

Assim te conto o grilo
se não fores repeti...
se não fores repeti – lo.

[Alexandre O’ Neill]

domingo, 22 de março de 2009

Gira-Discos vs Mp3 - 40

40!
Passa rápido o tempo, mas só às vezes :)

Esta semana, no Gira-Discos, uma música do Fausto que eu gosto mesmo muito e que me recorda uma fase feliz da minha vida!




Estala-me a veia em sangue
estrangulada,
estoira num peito um grito,
à desfilada

No Mp3 uma música que faz parte da banda sonora de um filme que muito me agrada! Adorava que começassem a chover sapos :)



Save me!

sexta-feira, 20 de março de 2009

humanos... pffff!

anda para aí gente armada ao pingarelho a pôr em causa a minha capacidade de escrever posts!


ah e tal como é que um gato consegue escrever e o caraças!!!?!!!

bom, um gato qualquer era capaz de ter alguma dificuldade mas já sabem que eu sou muito mais do que somente um gato qualquer...

eu nem me devia dar ao trabalho de andar aqui a provar o que quer que seja, mas como tenho uma honra a defender, não tenho agenda para andar a marcar duelos com cada um de vós (e coitadinhos que nem garras em condições têm para entrar em duelos) e tenho piedade da vossa raça, ficam aqui umas imagens que comprovam a minha capacidade de escrita.

espero que fiquem sussugaditos a partir de agora e acabem com o granizo à volta desta questão!

PS Xu és a minha maior fã!não te conheço mas também eu já tenho ganas de te beijar e roçar os meus bigodes no teu nariz. Meeeeeeeowwww

Semear estrelas...

Recebi um email com estas duas imagens e a dar conta que esta estátua, "O Semeador de Estrelas" se encontra em Kaunas, Lituânia. As fotos mostram as diferenças que se operam na visualização da estátua, quando a observamos de dia...

ou à noite.

Bestial, verdade?

Obrigado Carmenzita! É mesmo um miminho para a alma :)

há fases assim...

o que vale é que há sempre uma boa música para o expressar.



Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes

quinta-feira, 19 de março de 2009

a norte nada de novo


andamos cansados. hoje, como não tivemos que nos deslocar, poupámos 4h que normalmente são gastas em transportes públicos. pegámos nelas e estivemos a ler e a dormir a sesta, banhados pelo Sol pré-primaveril.
gostamos de sol, gostamos de andar descalços e de estar enroscados um no outro.
como podem ver, por aqui nada de novo.

quarta-feira, 18 de março de 2009

feli... nidade (9)

ah pois é!

terça-feira, 17 de março de 2009

casanova


afinal ainda havia mais! aquelas três criaturinhas trouxeram-me mais um presente! bestial!
ando há que tempos a dizer que queria um bigode e voilá! o melhor presente do mundo, um bigode casanova! lol! you're the best!

Quintal do Ti Manél Xpress

este fim-de semana estive neste paraíso. gosto de quintais. gosto de ver crescer. dá-me vontade de virar agricultora. quem sabe...

segunda-feira, 16 de março de 2009

nobody expects the spanish inquisition... e eu, também não! :)

nem sei como começar este post...

bom, se calhar o primeiro que há a dizer foi que eu hoje não tive a reacção que o gesto que tiveram para comigo merecia. criaturinhas, sorry! i'm tired!
depois convém também dizer que apesar de eu não ter tido uma atitude entusiasta e divertida, hoje, gostei muito e isto ainda vai dar "pano para mangas".

mas, voltando um pouco mais atrás...

estas três criaturinhas que vêem aqui na foto foram para terras de Aragão e Castela e trouxeram de lá três "action figures espanholas" (designação utilizada pelo P. para classificar estas três figuras!)

e para quê? bom, para me atazanarem o juízo, rodeando-me com elas e mimetizando o célebre sketch dos Monty Python: "nobody expects the spanish inquisition! nobody expects the spanish inquisition"...



e também para decorarem o lab!

muito muito muito bom! tudo! sim, porque ainda tive direito a mais este mimo!

não mereço tanto! deixaram-me o coração quentinho! acreditem que fizeram mais do que podem imaginar!

criaturinha loira amanhã retribuo o abraço e o colo de hoje! com tudo a que tens direito!

este gato é...


giro. inteligente. mimalho. splendiferous. com fetiche por cordeis. com pelos na cara. panisquito. quiducho. irreverente. com personalidade. de ideias fixas. espantoso. negro. felpudo. ronroranõn. espantoso. estupidamente giro. vegetariano. terrorista. atento. rotineiro. MIMADO. LOUCO.


Post Scriptum. A minha dona já foi aqui adjectivada e o planeta também. Não sei porque é que me deixaram de fora, mas vou reparar esse TREMENDO erro imediatamente, com a vossa ajuda! Então funciona assim, vocês podem (e devem) contribuir deixando comentários com os adjectivos que acharem adequados para "classificar" aqui o gato deste planeta. Eu vou adicioná-los para compôr o meu perfil :) agora vejam lá o que é que escrevem!

3 rios e um mar

estou ensonada e rabugenta. foi um fim-de-semana cheio e cansativo. daqueles que, ao iniciar a semana, nos fazem ansiar por um descanso prolongado mas que tardará em chegar. cansam-me estes turbilhões de emoções. cansam-me e fragilizam-me. o dia de ontem só terminou hoje e o dia de hoje começou cedo demais. já "atravessei" 3 rios e um mar para cá chegar. e a visão destes alegrou-me a manhã. sou uma criatura aquática.

de onde vêem? para onde vão?

serve o presente post para assinalar um piqueno facto. na passada quinta-feira houve um qualquer surto epidémico aqui no piqueno planeta. 158 visitas num só dia foi um número nunca antes contabilizado. não sei de onde vêem nem para onde vão. não importa. a piquenina escreve e as naves passam :)

sleepers' wake

quando era mais nova isto tocava, de vez em quando, lá em casa. até hoje sei trauteá-la e tem o poder de me sossegar. custou-me a encontrá-la na net porque, apesar de me saber qual era o compositor, não fazia ideia de como se intitulava.

sleepers'wake. não podia ser mais apropriado :)

domingo, 15 de março de 2009

pesca vs caça

gosto de caçar. desculpem-me os puristas e defensores dos bichos. gosto do espírito da caça. já há muitos anos que não vou, tenho uma pontaria péssima, sou uma naba a identificar as espécies, tenho um péssimo sentido de orientação, mas que querem? gosto! gosto da caça ao coelho, não gosto da caça às rolas. a grande diferença, para além da óbvia, é que na caça aos coelhos andamos atrás deles e na caça às rolas fica-se sentado à espera que elas passem.

não gosto da pesca. sentada à espera que venha o peixe. costumo dizer que só pescaria se pudesse pescar como os ursos: à chapada! :D
dizem-me os pescadores que não é bem assim. bom eu cá já fui pescar e não gostei. demasiado parado. demasiada inactividade.

na caça ao coelho corremos atrás. lêem-se sinais. persegue-se.

tudo isto para dizer que neste momento me sinto como se estivesse a pescar ou na caça às rolas e não me agrada.

Gosto de... fotografias

gosto de fotografias. gosto de as tirar. gosto que me tirem. gosto de as ver e rever. gosto daqueles bocadinhos de tempo que ficam para sempre gravados. gosto de fotografias a cores. gosto de fotografias a preto e branco. tenho centenas delas e agora chateia-me um bocado isto do suporte digital. gosto de as tocar. tenho-as espalhadas em casa. em alturas como esta não me faz bem revê-las, mas um dia destes vou voltar a sentar-me e a olhá-las uma por uma.



feli... nidade (8)

especialmente agora que a Primavera está a chegar...

Gira-Discos vs Mp3 - 39

Domingo=actualização desta rúbrica.

Esta semana no Gira-Disco, um dueto feminino e a música "Não vá ainda".

Me diga como você pode
Viver indo embora...

No Mp3, um dueto misto e o tema "Dream a little dream of me".

Sweet dreams till sunbeams find you
Sweet dreams that leave all worries behind you
But in your dreams whatever they be
Dream a little dream of me

sexta-feira, 13 de março de 2009

São Bento Xpress

já perdi a conta às horas que gastei em estações de comboio. tenho, porém, que confessar que é o meu meio de transporte preferido, a par do eléctrico. deixo-vos com a minha habitual!

replay ad eternum

ainda ando nesta

gosto da letra. gosto do ritmo. gosto do modo como vai crescendo. gosto da "barulheira". gosto do modo como me ajuda a libertar.





He floated back down 'cause he wanted to share
His key to the locks on the chains he saw everywhere
But first he was stripped and then he was stabbed
By faceless men, well, fuckers
He still stands

hoje apeteceu-me...

sintonizar aqui



e aqui

nunca mais acaba...

Esta semana pareceu-me efectivamente interminável. Na verdade teve a mesma duração das restantes, o mesmo número de dias, horas, minutos, segundos mas senti que nunca mais iria terminar. A noção do tempo é algo que me fascina, este "sentir o tempo" entre algo que por vezes parece vertiginoso e outras parece interminável. Vou aproveitar o fim-de-semana para "re iniciar sistema" e ver se a próxima semana anda acertada com o tempo, isto é, com a duração exacta de horas, minutos e segundos.


a foto é do Daniel Oliveira e tirei-a
daqui

quinta-feira, 12 de março de 2009

gosto de... rir


Gosto de... rir. aqui já por diversas vezes falei (e outros também falaram) do meu riso. Um riso sonoro, estridente, "granizado", capaz de se ouvir a grande distância. Veio isto a propósito do comentário da Isabel ao post apesar de hoje não me sentir assim eles dizem que...

O resultado do teste que publiquei nesse post diz: "Não perde uma oportunidade de se rir, mesmo que seja à sua própria conta (...)"

e a Isabel comentou:"E é bem verdade! Não achas?Está bem não te sentes assim hoje, mas em dias bons, é mesmo assim!"

Como ela já me conhece há muitos anos, e é uma rapariga confiável, é bem provável que ela tenha razão, não acham? Bom, na verdade acho que lhe devo uma resposta e ela é a seguinte: SIM, é verdade!

Gosto muito (e sobretudo) de me rir de mim! Sou o meu melhor objecto de riso. Meto-me em muitas situações caricatas, digo muitas "palavras fora do sítio", sou sempre apanhada "com a boca na botija", tenho sempre uma história para contar depois de uma viagem, depois de uma ida a um casamento, e que acaba, invariavelmente, em gargalhadas.

Por exemplo, num local onde trabalhei, num encontro para todos os trabalhadores, tinham-me chamado para fazer parte de uma "mesa redonda" no final de uma apresentação. Mas eu que não tinha percebido o objectivo de me chamarem quando me passaram a o microfone para a mão, comecei a falar sobre outro assunto, subi ao palco e acabou com toda a gente a ouvir a minha história e a rir durante uns bons minutos do modo como a contava.

A mais recente, foi que pus o chefe do departamento acima do meu a rir (isto sem fazer qualquer ideia de quem era o senhor). De manhã quando cheguei à faculdade entrei no piso 0, mas o elevador acabou por descer ao piso -2. O senhor entrou (havia mais gente no elevador) e disse: "então vieram buscar-me). À hora do almoço, entrei no meu piso, mas ao contrário de descer (como eu queria), o elevador subiu e de novo estava o tal senhor à espera dele. Entrou e perguntou-me: ia descer? E eu: "sim, mas está visto que hoje ando de sua motorista, vou sempre buscá-lo." Resultado: riso!

Por estas histórias, e para quem não me conhece, já dá para perceber que me meto em muitas situações "pouco aconselháveis" e que dão para rir! Muito!
Errei na ocupação, tá visto!

o que fica por dizer...

ou porque não se consegue deixar um comentário, ou porque não se sabe deixar um comentário, ou porque não se sabe quem vai ler, três pessoas diferentes enviaram-me mensagens, e e-mails, com palavras que não conseguiram deixar aqui.

Cá ficam então:

#1 "Ora e fazendo um comentário ao último post (absolutamente só…) Partilho por aqui (no blog não dava muito jeito, sabe-se lá a quantidade de pessoas que iria querer falar comigo a seguir) uma piada, que nós lá no trabalho costumamos dizer… “Sente-se só? Ninguém lhe liga? Faça um crédito (o nome em questão foi censurado), deixe de pagar que nós ligamos a seguir!” "

#2 "DOUTORA Piquenina, como sou mesmo do sec.passado e disfuncional/newsteclogs. Só consigo ler no bElogggggg, não participar. Aqui vai um abbbbbbbbbbraço , com inveja da partilha de gelado, e com saudddddddddddddadeeeeees da Piquenidespenteada!"

#3 "Não consigo deixar um comentário no teu blog, mas vou acreditar que era a 12ª pessoa que tava a quem ias ligar. =) e tu já atendias o tlm qd te ligo, não?? Bjus"
Post Scriptum A foto é do Raul Alexandre e foi retirada daqui

apesar de hoje não me sentir assim eles dizem que...

Curto... este cantinho da TV

Curto este cantinho da TV. Primeiro porque me faz sentir o Indiana Jones, mas com muito mais estilo e adicionando-lhe algum glamour, e depois porque tem muitos atractivos! Passo a explicar, para chegar aqui tenho que saltar para a pilha de revistas e jornais, depois atirar-me para cima do leitor de DVD e de seguida deixar-me escorregar para este "céu dos gatos". É quentinho, com acesso a fios e a minha dona vê-se grega para me tirar de lá. Aaaaaaaaah e depois posso sempre subir para cima do leitor DVD e fazer um salto elegante até ao chão! No outro dia até consegui saltar e atirar o leitor de DVD ao chão, em simultâneo. I'm the best!

quarta-feira, 11 de março de 2009

what have you done today to make you feel proud?

enviaram-me este video há muito tempo. apesar de não ser muito habitual acabei por o guardar. gostei do tom bem-disposto. gostei da pergunta. é um dos vídeos que fazia parte da candidatura de Londres a capital para os Jogos Olímpicos de 2012, e que acabou por ganhar. eu cá se tivesse no júri também lhe tinha dado a vitória, afinal o Jeremy Irons aparece neste vídeo e, isso, é razão mais do que suficiente! :)



e vocês? o que é que fizeram hoje para se sentirem orgulhosos?

absolutamente só = sozinho

a solidão mata. mata-me. não é de agora e é crónico, piora com o tempo e com a idade.
gosto e preciso de passar diariamente algum tempo sozinha,
ajuda-me a (re) centrar e a (re) alinhar.
mas a solidão prolongada no tempo e no espaço tira-me energia. não aprendi a viver com ela. eventualmente não aprenderei.

ontem, depois de ter tentado ligar sequencialmente e consecutivamente a 10 pessoas diferentes que estão longe e sem que qualquer uma delas me atendesse, desisti.
é como quando se transplanta uma planta para outro lugar. fica sozinha num vaso maior para continuar a crescer :)

Quando eu era (ainda mais) Piquenina... cantava isto em TODO o lado

no tempo das trilobites eu tinha sempre esta música na boca.

não importava quem estava nem onde.

gostava tanto tanto dela que um dia, no meio de um silêncio que antecedia o início de mais uma performance da orquestra ligeira do exército em pleno Teatro da Trindade, trepei à cadeira, virei-me para o Maestro e, em alto e bom som, perguntei: "ouve lá quando é que tocas a do sapo?"

:D







terça-feira, 10 de março de 2009

Gosto de... ipê (s)

Ipê é o nome que no Brasil dado a várias àrvores. Apaixonei-me pelos Ipês quando lá fui. Em Belo-Horizonte existem muitos e cujas flores apresentam diferentes cores. Um dia vou ter espaço e vou plantar Ipês para mim. Depois vou lá montar um baloiço e vou tocar com os pés no céu. (ou então, não!)

0,00000 g

Sou uma pessoa pouco paciente.
Às vezes pergunto-me como é que me "deu na telha" vir para este mundo de investigação, onde os resultados tardam a aparecer, onde quase tudo é inexplicável, etc...
Sim, eu sei que isto da ciência tem uma aura atractiva, mas a maioria das vezes é rotineira e cheia de pequenas vicissitudes :) Não me estou a queixar, mas há que também desmistificar a imagem que provém dos filmes e envolve quase sempre azoto líquido!
Voltando à minha falta de paciência, e à ironia da vida, nos dias que correm estou a usar uma técnica, "calorimetria", para fazer alguns estudos. Para tal, preciso acertar a massa de duas células que são colocadas no aparelho com as minhas amostras. As massas das duas células têm que efectivamente ser muito, muito, muito, muito, muito semelhantes. Para isso usamos esta balança de precisão que podem ver aqui nesta foto. E quando digo massas muito próximas, estou a falar de acertá-las até à quinta casa decimal! Como podem imaginar é um trabalho meticuloso e para o qual tem que se ter muita paciência. A partir de determinada altura acertar a massa destas duas células, implica pôr ou tirar a minha amostra gota a gota. E cuidado com os tamanhos das gotas!
Deve ser bestial ser divindade e ficar de longe a rir destas ironias que atingem criaturas como eu!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Grandes Atitudes num Planeta Piquenino?

A Maria (que eu não conheço) teve a imensa delicadeza de me oferecer este selo. O mundo da blogosfera tem destas surpresas e, apesar de não conhecer a Maria, já me sinto próxima dela. E não, não é por ela me ter dado este selo, mas sim porque a Maria partilhou um pouco de si no comentário que fez ao post intitulado: "E se ganhasse o euromilhões? Escolhia a outra opção! - ou ainda - Branco, preto, cinzento mas muito colorido!" onde falo sobre a imensa dificuldade (que a maioria de nós nem sequer imagina e ainda bem) que é viver com dor crónica. Como testemunho o sofrimento do meu pai, consigo ter algumas imagens do que é viver com tal e por isso sinto-me "próxima" desta limitação de qualidade de vida que a Maria também sente. Por isso sinto-me empaticamente ligada a ela. Maria para si um enorme abraço!

Não penso que este Planeta Piquenino mereça este selo (e não é falsa modéstia) mas seria de uma enorme indelicadeza rejeitá-lo, por isso não só o aceito como sigo as regras.

Tal como o anterior as regras deste prémio são:
1. Colocar logo no seu blogue
2. Escolher dez blogues que demonstram grande atitude ou pelos quais você tem gratidão
3. Certificar-se de que publicou os links de seus nomeados no seu post
4. Informá-los de que receberam este prémio, comentando nos seus blogues
5. Partilhar o carinho, publicando os links deste post e da pessoa de quem você recebeu o prémio.
Aqui ficam as minhas escolhas que, neste caso, se vão reduzir a apenas dois blogues:
Não quero com esta escolha reduzida insinuar que os outros blogues não tenham Grandes Atitudes mas sim sublinhar que estes, efectivamente, marcam a diferença!

Mil Sóis Resplandecentes

Estou de novo de viagem e terminei hoje um livro muito bonito: A thousand splendid suns, no original, em Inglês (já vi o livro numa livraria em Portugal e penso que o título é "Mil Sóis Resplandecentes"). Já aqui falei de um outro livro do mesmo autor - The Kite Runner. O cenário da história repete-se: o Afeganistão a partir dos anos 50, sensivelmente, constantemente dilacerado por conflitos, ocupações, regimes completamente díspares na ideologia mas semelhantes na crueldade.
Este romance dá-nos a conhecer 2 mulheres extraordinárias: Mariam e Laila subjugadas por uma lei injusta e desumana, que as devota à condição de "coisas", que as marca desde a nascença e lhes rouba o direito à vida. É um romance que acompanha a história recente um um povo, numa cultura tão distante da nossa.
É muito bonito e comovente. É chocante, por vezes, e faz-me lembrar uma das coisas que mais temo: a barbárie - vir um dia a viver tempos de escuridão, desumanidade e terror. É um livro para nos abrir à compreensão do mundo e das vidas tocadas pelas guerras.

feli... nidade (7)

domingo, 8 de março de 2009

homem piquenino...

"homem piquenino velhaco ou dançarino"
quanto às mulheres não há nenhum ditado que reúna estas duas virtudes.
eu cá acho mal que, num tempo de igualdades, o mesmo princípio não se aplique aos ditados populares. sim, afinal temos ou não temos os mesmos direitos? hein?

eu?
sou velhaca :)

fica, então, uma sugestão para dançarem. bom domingo.


sábado, 7 de março de 2009

Curto... ficar aqui e acolá








quando ela está ao computador eu curto... ficar aqui e acolá
e, o que eu curto mesmo é facilitar-lhe a vida :)

Gira-Discos vs Mp3 - 38 (edição antecipada)

Esta é uma edição antecipada porque amanhã terei vários compromissos e não quero que estejam à espera.
No Gira-Discos uma banda trintona, Xutos e Pontapés, com Circo de Feras.
"eu nunca fiz nada
que fosse o correcto
eu nunca fiz nada
que batesse certo"
No Mp3 uma banda de que gosto muito, U2, com o seu novo trabalho No Line on the Horizon.
"I know a girl with a hole in her heart
She said infinity is a great place to start"
Bom Domingo! Boa semana!

E se ganhasse o euromilhões? Escolhia a outra opção! - ou ainda - Branco, preto, cinzento mas muito colorido!

Um título um pouco estranho? Passo a explicar.

Ontem foi um dia muito colorido apesar de eu ter andado a preto e branco e o tempo ter estado cinzento. Aqui há tempos fui informada que o serviço de Neurocirurgia do Hospital de São João estava a utilizar uma técnica inovadora para tratamento de pacientes com dor crónica. (Podem ver mais aqui)



E? - perguntam vocês.


Bom, na verdade isso foi uma informação que se revelou preciosa, porque o meu pai sofre de dor crónica e por isso ando sempre à procura de algo que possa ajudar a melhorar esta condição que lhe é muito penosa.

Esclarecendo, o meu pai sofreu há quase 40 anos um acidente de viação que lhe provocou lesões no tecido nervoso do braço esquerdo, paralisia do mesmo (e consequente atrofia) e, desde então, tem dor constante. Dor constante essa que periodicamente culmina em crises de dor violenta. Tem passado períodos mais controlados de dor, desde que está a ser seguido pela equipa multidisciplinar da consulta da dor, mas ainda com muitas crises agudas. Para terem uma dimensão da falta de qualidade de vida que essa dor lhe provoca ele diz que se tivesse que escolher entre ganhar o euromilhões e ficar sem dor, optaria por ficar sem dor!

Assim que soube da existência desta cirurgia "pus-me a caminho" e, sem qualquer cunha/conhecimento, consegui marcar uma consulta para o meu pai. Um parêntesis para vos dizer que fiquei com muito boa impressão deste primeiro contacto porque "somente" com uma troca de meia dúzia de e-mails, sem qualquer deslocação física ao hospital e/ou telefonema, consegui marcar esta consulta de avaliação. Mais espantoso? Marcaram-me a consulta para 3 semanas após este primeiro contacto! Uau, certo?

A consulta foi marcada para dia 6 de Março e portanto ontem lá fomos a este primeiro momento de avaliação, ao Hospital de São João. Devo-vos dizer que a boa "primeira impressão" mantém-se apesar de termos sido atendidos tardiamente, mas porque ontem o Porto esteve um caos (acidentes, trânsito...) e portanto houve atrasos subsequentes. O médico explicou-nos o processo, prescreveu a realização de exames e dará continuidade ao mesmo, que passará por nova vinda do meu pai para ser avaliado pela equipa da consulta da dor deste hospital. Se o meu pai estiver dentro dos critérios de lesão necessários, e assim o desejar, poderá ser operado. Tal como o médico nos explicou não é uma operação garantida e há riscos, mas há esperança! Uma operação bem sucedida resulta numa diminuição de 50 a 60% da dor. Para quem vive em estado de dor constante, que numa escala de 0 a 10 se situa entre o 7-9, essa possibilidade que se abre para quem tanto sofreu ao longo de quase 40 anos tornou o dia muito colorido!

Voltarei brevemente a este assunto, primeiro porque acho importante e cada vez há mais gente a viver com dor crónica, mas também porque o médico me deu palavras chave para eu pesquizar e ler sobre o assunto. Por isso terei alguns "palavrões" médicos para escrever aqui :)

Só uma nota final para vos dizer que o médico fez questão de registar a frase do meu pai a propósito da escolha que faria se tivesse a hipótese de atenuar a dor vs ganhar o euromilhões, de tão expressiva que é e de toda a "carga" que comporta.

sexta-feira, 6 de março de 2009

as pessoas felizes e optimistas não deixam coisas inacabadas

A Piquena Criatura que habita este Planeta convidou-me há tempos para escrever aqui neste blog. Aceitei o desafio. Só que, não me tendo sido dado nenhum tema, não me consegui decidir por nada, parecendo-me tudo sem importância.
Mas hoje, decidi que queria escrever sobre coisas inacabadas e sobre pessoas felizes e optimistas...

Para começar não gosto muito de coisas inacabadas. Não só porque, por serem inacabadas, são imperfeitas, mas sobretudo porque tenho alguma tendência em deixar arrastar situações que depois se tornam em coisas inacabadas, e isto não é lá muito coerente. Existem na minha vida relações que não foram terminadas, livros que comecei e não li até ao fim, sonhos que não realizei, projectos que não conclui, coisas que continuam dispersas e sem arrumação.
Os pontos finais (literais ou metafóricos) são úteis para se perceber que não há nada suspenso, que não há palavra por dizer, que não se espera mais nada para além do que ficou dito.
Hoje, ao fim de muitos meses, resolvi uma das coisas inacabadas da minha vida. Disse as últimas palavras, aquelas que havia a dizer, e coloquei no fim um ponto final cheio de sentido. Fica a sensação de uma pequena plenitude (se é que a plenitude pode ser pequena ou grande), sinto que neste aspecto particular posso finalmente seguir em frente e começar tudo de novo, outra vez, sem pedras no sapato.
As pessoas felizes e optimistas não deixam coisas inacabadas. Não se sentem inseguras e não têm medo de mostrar a sua verdade, seja ela qual for. Para elas, qualquer momento relacional é um ponto final, no sentido em que não fica nada por dizer e está tudo ali. Tenho tido a felicidade de me ver rodeada de pessoas felizes e optimistas e com elas tenho aprendido a ser mais feliz e mais optimista, mais segura, e consequentemente mais capaz de mostrar a minha verdade.


[IS]


PS Esta é assim a terceira edição da Sala de Visitas! Depois do Luís temos IS! Dois "nomes" a reter ;)

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