Dexter aplicado a malas de viagem
Caso ainda não tenham reparado estou por terras do Tio Obama. Um mix de trabalho e prazer trouxe-me de volta a este país. A
primeira vez que vim aos EUA foi há 10 anos atrás e, digo-vos, a diferença de contexto
faz com que veja este país de um outro jeito mas, sobre isso, falarei
num outro post.
Para já, a grande protagonista desta viagem é: a minha mala!
Os
que me conhecem já sabem que sempre que viajo sozinha há histórias para contar. Alguns até ficaram em Portugal a esfregar as mãos
à espera delas. É que eles sabem que eu não sou de os desiludir! Bom, desta vez ainda não tinha chegado ao aeroporto e já tinha uma história para contar.
Tinha
eu acabado de sair do comboio em Campanhã, e isto é mesmo literal, puxo
aquela pega ligada aos ferros que esticam e encolhem e que ajudam a
puxar a mala e eis que a pega se parte e a mala fica assim (bom assim,
assim, não porque a pega partiu-se ainda os ferros estavam para baixo).
Bonito!, pensei eu e
fiquei ali durante uns longos 10 seg a decidir se desatava numa
choradeira e gritaria ou se ia armar-me em super-mulher. É que eu ainda
tinha de arrastar a mala ao longo da plataforma, passar por baixo das linhas do comboio até ao outro lado e daí arrastá-la até à estação de metro, e depois da estação de metro do aeroporto até ao aeroporto propriamente dito.
Tá
belo de ver que, como tenho a mania, decidi pegar-lhe por uma das pegas
laterais. Afinal, pensei eu, a mala não é assim tão grande e eu não
trouxe assim tanta coisa, ainda que tenha vindo por 12 dias. Pois, mas
ao fim de 10 metros já dava para perceber que isto assim à força de
braço não ia lá. Tentei arrastá-la, dando uso às rodas, segurando na pega de tecido mas tinha que me baixar e
não era cómodo. E assim, com uma mala que pesava 12 quilos aos pés, fiz aquilo que qualquer um faria: saquei de um ou dois lenços de
papel e decidi experimentar puxar o que restava do sistema ferros-pega. Tentei puxar um dos ferros para ver se conseguia colocá-lo e mantê-lo na posição que teria se a pega ainda existisse e ver se assim conseguia manobrar uma mala, isto tudo ao mesmo tempo que tentava não ficar como o Capitão Gancho com um ferro espetado entre a mão e
o cotovelo. E foi assim, com uma mala mutilada , com um único ferro a sair-lhe das entranhas, semi-descontrolada (por que isto de puxar só por um ferro não dá a mesma estabilidade) e eu correndo o risco de
ficar com um braço de ferro que a arrastei até ao aeroporto. E podia ter ficado por
aqui? Não!
Neste momento a minha mala parece que foi mutilada pelo
Dexter. É que os senhores acharam que a minha mala devia ser revistada e
por isso rebentaram o cadeado. Descobriram assim que trouxe pacotes de capuccino e de café solúvel da nescafé, para além de umas meias deveras coloridas (apesar de ter usado umas sóbrias na viagem - cinzento escuras - que isto de colocar os pés à mostra no aeroporto tem que se lhe diga e eu não queria que me mandassem revistar só porque causa de umas meias às riscas multicolores). Além disso as "pegas" dos fechos
éclair estão neste estado, e a chapinha da marca (que eu não ligo
nenhuma, mas fazia parte da minha mala) foi com o caraças.
Se
eu podia ter comprado outra mala para fazer a próxima viagem que me
espera (e que ainda não me levará já de volta para Portugal)? É pá
podia, mas por agora o Dexter das malas vai ter de se contentar em
acabar de mutilar esta, ou então que vá à procura de uma presa nova
noutro lado. Da minha parte tudo o que terá é uma mala moribunda à
espera da estocada final.
E antes que me digam que eu podia ter reclamado alguma coisa tenho-vos a dizer que eu tinha 20h de viagem em cima quando cheguei aqui. Só reparei que me tinham lixado o cadeado quando a abri no hotel numa hora que para mim já eram 5h da manhã, mas aqui era meia-noite, e depois de ter feito uma viagem numa Van-táxi em que o ocupante ao meu lado que vinha para o mesmo evento que eu achou por bem discutir ciência comigo enquanto eu ia balbuciando uns yes e uns f***-** (estes últimos em português). Esqueçam lá isso.
2 comentários:
sou daquelas q está a esfregar as mãos á tua espera ... hehehheehheeh
Ah ah ah
Desculpa lá...
mas realmente, já se estava à espera da peripécia.
De modo algum querendo agoirar-te... mas, será que fica por aqui?!?
Bêjos
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