sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

sobre o que as pessoas acham que eu não sei

acontecem-me coisas engraçadas ou, pelo menos, eu acho-as engraçadas. uma é que as pessoas rapidamente se sentem à vontade para tecer comentários a meu respeito (ou juízos de valor), outra é que eu fico a saber coisas sem querer (nem procurar - não sou curiosa) e outra ainda é que não são raras as vezes que me fazem confidências mesmo que não sejam pessoas particularmente próximas de mim.

esta conjunctura de factores resulta em situações caricatas, engraçadas e, muitas vezes, mais reveladoras de como as pessoas me avaliam/vêem do que as palavras todas que me dizem.

primeiro acho que as pessoas se sentem à vontade comigo. muitas vezes mais do que à vontade, sentem-se à vontadinha e, decididamente, não me conhecem. porque sou extrovertida e brincalhona acham que me podem dizer tudo ou ter pouco cuidado comigo. porque tenho uma dose de mau feitio, acham que nada me atinge e que há atitudes que são consequência do mau feitio (e não de um conjunto de circunstâncias).

segundo, e porque pode parecer contraditório com a imagem de espalha brasas e de louca, têm confiança em mim, mas muitas vezes elas próprias não me contam coisas banais (julgarão que eu as julgarei como elas a mim?). no entanto - não são raras as vezes - que em momentos chaves me vêem pedir opinião, conselhos, desabafar porque têm a certeza que não contarei a ninguém.

terceiro, e o que eu acho mais engraçado, é que às vezes não me contam elas próprias os acontecimentos mas eu fico a saber casualmente. e, não são raras as vezes, que eu sei mais do que aquilo que elas acham que eu sei e, por isso, é engraçado ver como as pessoas agem, ocultam e quão pouco verdadeiras podem ser.

raramente as confronto com isso, para não dizer nunca, e guardo para mim: aquilo que eu sei e aquilo que elas acham que eu não sei.

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