domingo, 30 de novembro de 2008

Gira-Discos vs Mp3 - 25

Disse aquilo que quis, num e-mail, e ouvi coisas de que já não me recordava nos e-mails de resposta.
"Agrediram-me" musicalmente e foi BESTIAL!
O Luís, por exemplo, enviou tantas, tantas, tantas sugestões e sugeriu-me colocá-las em local à minha escolha. Assim, vou acatar a sugestão e durante esta semana vou enfiá-las em vários locais :)

E, posto isto, ele é novamente o vencedor. Desta vez o único vencedor!
No entanto eu, que também quis meter o "bedelho", misturei as parelhas. Sorry!

Espero que gostem tanto como eu!
E Luís, antes do prazo que me sugeriste, vou pedir mais coisas :) (sou muita CHATA)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Aos meus avós

Resisti muito a escrever este post, apesar de morrer de vontade de o fazer. Entre muitas razões porque sabia que começaria e acabaria da mesma maneira, lavada em lágrimas, a fungar e rodeada de um monte de lenços descartáveis.

Só de pensar em começar a escrevê-lo me deixava com os olhos húmidos, mas decidi que "não era homem, não era nada" se não ganhasse coragem e deixasse as palavras escorregarem do coração para os dedos.

O título não deixa dúvidas, vou falar-vos dos meus avós. Os meus avós são as criaturas que mais amo e, na verdade, acho que dito isto não precisaria de dizer mais nada. Por eles tenho um amor incondicional, tal qual fala o São Paulo na Carta aos Coríntios, e sinto-me amada do mesmo modo. (Quer-me parecer que serão as únicas pessoas com quem partilharei este tipo de amor).

Nunca vivi permanentemente com eles, a não ser nos longos meses de férias de Verão e na altura da Páscoa e do Natal. Eles vivem em Trás-os-Montes e eu sempre vivi afastada deles umas quantas centenas de quilómetros. No entanto isso não impediu que se criasse este laço, muito devido à Sabedoria da minha avó.

A minha avó, agora com a singela idade de 82 anos, é Sábia. Alguns dizem que sou parecida com ela, no feitio, mas eu digo-vos que não é verdade. Seria afortunada, eu, se tivesse uma infinitésima parte da Sabedoria, Classe e Elegância desta minha avó. Não, não sou nada como ela.

A minha avó é a mais velha de três irmãos e, nascida numa aldeia e filha de gente sem possibilidades monetárias, cedo começou a trabalhar para ajudar a criar os irmãos. Assim ela foi criada (e também criada de servir) para ajudar. Na verdade é isso que ela faz até hoje, anda sempre a ajudar alguém. Ainda nova foi para Lisboa e serviu em várias casas. Durante esse tempo namorou com o meu avô (que também filho de gente de parcas posses) estava na marinha. Desse tempo guardam poucas fotografias (que isso era um luxo) mas em que pareciam duas estrelas de cinema (O meu avô meteria qualquer Brad Pitt, George Clooney ou qualquer outro denominado Sex Symbol actual num chinelo) e histórias deliciosas que a minha avô ainda hoje conta e que eu não me canso de ouvir. (A minha avó é uma excelente contadora de histórias, é uma delícia ouvi-la horas a fio, mesmo já conhecendo o final de todas as histórias) Na última casa onde serviu, o patrão propôs-lhe comprar um "carro de praça" para o meu avô conduzir e assim ficariam os dois a trabalhar para os mesmos patrões. A minha avó nunca chegou a falar desta proposta ao meu avô, achava que ele ainda podia matar alguém com o "carro de praça".
O meu avô, por outro lado, disse-lhe que casariam e voltariam para Lisboa. Nunca aconteceu e para sempre ficaram em Trás-os-Montes, terra que os viu nascer.

A minha avó, três anos mais velha, e o meu avô casaram-se tinha ela 27 anos (não propriamente nova para a época) e já lá vão 55 anos deste casamento.

O meu avô quis emigrar, mas precisava na altura que a minha avó lhe assinasse os papéis, ela nunca o permitiu. Diz ela -ainda hoje- "só tinha medo que o vento mo levasse".

Fizeram muitas coisas ao longo da vida, maioritariamente impulsionadas pela minha avó, foram vendedores ambulantes, tiveram um café (a minha avó queria um talho, mas o meu avô gostava de ter um café)...

Em trinta anos da minha existência são raras as memórias de discussões entre os dois a que eu tenha assistido (o que não quer dizer que não as houvesse), e mesmo nessas nunca me lembro que existissem faltas de respeito. O meu avô canta fado para a minha avó e, também nessas alturas, olha-a como se tivesse acabado de se apaixonar por ela.

Ele, devido a um problema de saúde, há quatro anos ficou numa cama, quase sem falar e sem se mexer. Hoje anda só com a ajuda de uma bengala, continua a trabalhar numa horta e tem uma "carpintaria" onde se entretem. Muito disso o deve à minha avó, que o fez levantar da cama, que lhe enxugou as lágrimas, que dançava para que ele não se deixasse abater. Pouco depois de ele se ter recuperado, foi ela que adoeceu. Chegou a pesar 30 e poucos quilos (antes pesava quase 70Kg), mas está cá para contar a história. Foi buscar forças lá ao "planeta dela". Todos os dias ela se levanta cedo e vai tomar o pequeno almoço ao café da praça. Obviamente leva o pão de casa, para que lhe façam a torrada no café, porque o pão do café não é "lá muito bom". Quando "ralhamos" com ela porque não devia comer isto ou aquilo, porque dá muita comida ao cão, porque não devia trepar aos armários, ela NUNCA discute connosco, diz sempre: "tens razão!" e depois, faz sempre como ela quer. Ambos têm um coração GENEROSO, estão sempre a oferecer alguma coisa a alguém...

Quando eu era miúda a minha avó ia-nos visitar de surpresa! De vez em quando lá aparecia ela, com mil sacos e caixotes, à porta de nossa casa. Hoje sou eu que faço isso, de vez em quando lá lhe apareço à porta, à 1h sem ela estar à espera! (Eu também ando sempre com um monte de bagulhos...)

Quando há uns anos tive que escrever um manuscrito, os meus agradecimentos terminavam assim:

"Um agradecimento muito especial aos meus avós (Aida e José) porque sempre foram, são e serão, um colo bom onde repousar e um exemplo de vida e dignidade que gostaria de ser capaz de transpor para a minha própria vida."

E, ao fim e ao cabo, é isso.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Poemas que vivem na Casota da Piquenina (15)

Aqueles que me conhecem sabem que a luxúria toma conta de mim, no sentido em que quando gosto muito de alguma coisa fico obcessivamente a usufruir dela. A poesia de Elio Pecora é a mais recente e por isso não resisto de, em catadupa, vos deixar com mais um poema!


e se o medo fosse desejo
desmedido de te ver, de ficar
só contigo junto de um mar escuro
a vida inteira ...
se o remo que percute fosse o bem
que me foi dado e fosse o sinal, o grito
que abafei, a hora que perdi leve
dentro de um tempo que o tempo cancelou ...
se eu não fosse a voz que te chama
e te acompanha dentro de dias iguais,
... por quais caminhos ainda procuraria
os teus passos prudentes, o teu chamamento ...
se só por medo eu berrasse: "Amo-te!" ...

Poemas que vivem na Casota da Piquenina (14)

Ontem conheci a poesia (de) e o poeta Elio Pecora, literalmente. A poesia porque adquiri o livro, o poeta porque me foi apresentado.

Deixo-vos assim com a mais recente aquisição de poemas que vivem na Casota. (A Quasi lançou, pela primeira vez, uma série de poemas escolhidos deste poeta, traduzidos em português) Eu estou rendida e vocês, deixam-se render?

Sonhaste com o teu gato a afogar-se.
É manhã nas montanhas, no quarto
filtra-se um fresco Sol, perguntas-me:
(hesitas primeiro, olhas as tuas mãos
leves, finas como folha ou vidro,
espero um pouco ansioso, sorrio-te)
"Agora, promete-me seres eterno".
A tua voz exige resposta.


Eu digo: "Eterno é isto que vivemos.",
digo que te agridem fantasmas
desvairados no meio da alegria.
Mas nas minhas palavras está o morrer
que nos toca, a brevidade do tempo
que nos foi dado em obscura medida,
está a paixão que não sabe durar
para lá do flébil bater do coração;
está a derrota e, mesmo nesta, o bem
de ficarmos no Sol da manhã,
de atravessarmos estreitamente juntos
a hora da estação e o destino.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Ensaio sobre a cegueira

Não li o livro e por isso estou muito à vontade para falar sobre o filme. Um filme que está longe de ser consensual. Os cegos americanos odiaram, os intelectuais e conhecedores dividem-se. Uns gostam outros acham fraquinho. Eu, gostei muito.


A Cidade de Deus e O Fiel Jardineiro, os outros dois filmes de Fernando Meirelles, fazem antever, para quem ainda não viu, o jeito como ele filmou Blindness. O filme, para quem como eu não leu o livro, faz com que se adivinhe um livro ainda mais "duro", mais cruel, mais forte. Meirelles tem o dom de traduzir ideias em imagens e encontrar soluções visuais que resultam na perfeição. Os jogos de reflexos que usou e sobretudo os banhos de luz branca, transportam qualquer um para aquela cegueira.
Se não viram vão ver, antes que fiquem cegos.

Os gajos do nosso tempo (2)!


Já me manifestei, aqui, como entusiasta d'Os Contemporâneos (em especial esta segunda série) e não resisto voltar a fazê-lo!
Não percam o melhor que se anda a fazer na comédia portuguesa! Pleeeeeeease!
Cliquem aqui!

domingo, 23 de novembro de 2008

Gira-Discos vs Mp3 - 24

Domingo=actualização.


Esta semana, nesta rubrica, dois temas do 007:

- no Gira-Discos "The Living Daylights" dos A-HA
- no Mp3 Alicia Keys e Jack White com "Another Way to Die" (Bestial!)

Boa semana!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

o que dizem do 8 que sou eu

piquenina. mau feitio. marada. ruidosa. louca. impaciente. bronca. agressiva. despenteada.

Assertiva. Exagerada. Provocadora. Elevado sentido de justiça. Excelente bom humor. incorrigível. teimosa. esgrouviada. vivaz. poderosa. amiga. A MELHOR MADRINHA DO MUNDO. palhaça. A Melhor Afilhada. espontânea. simpática. divertida. maluca. galhofeira. quinada. determinada. equilibrada. dançarina em mute mode. ressonadeiraaaaaaaaaaaa. com um gato na cabeça.
PS As omissões podem sempre ser acrescentadas através dos vossos comentários.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

E se Obama fosse Africano?

Nasci em Moçambique e tenho, por Africa, um carinho muito especial e o sonho de um dia lá voltar, quem sabe para ficar... Raio de Sol

por Mia Couto
Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.
Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.
Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.
Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.

E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?
1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.
3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.
4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).
5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas – tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.
6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.

Inconclusivas conclusões
Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.
Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.
Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.
No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.
Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Nunca mais é sábado... ou Dezembro!

Quem me conhece sabe que esperar não é o meu forte. Sou impaciente, quero que as coisas aconteçam logo... Quando planeio algo de que gosto quero que o momento de isso acontecer chegue logo. E neste momento eu queria que já fosse Dezembro! E porquê?... Para poder dar início a uma rúbrica nova deste berloque: o Calendário Musical do Advento! (Pronto Piquenina, já disse! Estava aqui mortinha por anunciar!)
Em vez daqueles calendários do advento carregadinhos de chocolate (quem é que quer chocolate? Iac!), vamos ter aqui uma música de Natal todos os dias: músicas de diferentes estilos, diferentes países do mundo e diferentes intérpretes. Em comum a alegria e a mensagem do Natal. Uma forma de partilharmos a chegada e a preparação de mais um Natal.
E, se esta rúbrica vos trouxer 10% do prazer que a mim me dá prepará-la, ficarei muito feliz!Entretanto, tenho que aprender a esperar... Ai que nunca mais é Dezembro!
Raio de Sol

domingo, 16 de novembro de 2008

Gira-Discos vs Mp3 - 23

Esta semana no Gira-Discos vs Mp3 uma escolha improvável, só porque sim.

No Gira-Discos a Aretha.

No Mp3, uma banda de Braga - a terra que me acolhe de momento, Peixe-Avião com uma sonoridade bem engraçada.

Poemas que vivem na Casota da Piquenina (13)

Na verdade é só a parte final de um poema do Blake!

" (...)
Every night and every morn
Some to misery are born,
Every morn and every night
Some are born to sweet delight.

Some are born to sweet delight,
Some are born to endless night.

We are led to believe a lie
When we see not thro' the eye,
Which was born in a night to perish in a night,
When the soul slept in beams of light.

God appears, and God is light,
To those poor souls who dwell in night;
But does a human form display
To those who dwell in realms of day."

Blake in Auguries of Innocence

"Ela nunca terá idade para ter juízo! Graças a Deus." Mãe Sisa dixit

Tal como vos dizia no post das "avestruzes guinchadoras", que intitulei de "The Winner Takes it All", às vezes as pessoas que nos conhecem bem percebem melhor como nós verdadeiramente somos.

A Mãe Sisa é um exemplo disso. Num comentário ao post anterior, e em resposta ao chega-meumnumeromaior escreveu: "Ela nunca terá idade para ter juízo! Graças a Deus."

E sabem, é VERDADE!

Quanto ao espectáculo do Tochas, recomendo vivamente! Aliás, não esperava outra coisa. Foi uma explosão de endorfinas! O resumo do espectáculo foi feito pelo próprio e basicamente reza assim: "eh pá, foi muito fixe men. contámos, dançámos e falou-se de fotografias de focas" LOL Para saberem mais, só indo ver!

Miu e restante fauna e flora que habita no Planeta: FORGET IT! A Mãe Sisa é que tem razão, nunca terei idade para ter juízo!

Post Scriptum: A Mãe Sisa vai adorar eu ter escrito que ela é que tem razão! AHAHAH

sábado, 15 de novembro de 2008

"já tenho idade para ter juízo"

Ofereci um bilhete, para o espectáculo com este título, à minha dona.

É que, efectivamente, ela já tem idade para ter juízo!

Espero que resulte porque, entre muitas coisas, já não aguento mais esta história de ela pegar em mim e desatar a dançar!

The Winner Takes it All


Sabem, alguns meses passados daquele e-mail que partilhei convosco (podem reler aqui), acho que efectivamente sou um fio Teia de Aranha. Quem está de fora, e nos conhece bem, às vezes percebe melhor o que somos!

Neste processo que tem vindo a acontecer e em que tenho renascido, qual Fénix, acho que sou uma vencedora. Não porque tenha ganho alguma coisa (se bem que também tenha ganho), mas por tudo aquilo que não deixei que se perdesse.


Não perdi:

- a alegria de viver;
- os valores;
- a capacidade de rir alto (principalmente de mim) e de fazer rir os outros;
- a capacidade de acreditar que as pessoas podem ser melhores;
- a vontade de continuar a ser eu (sem amarras, sem preconceitos, sem julgamentos internos ou externos. não gostam? azaaaaaaaaaar. ponham na bordinha do prato!);
- o mau feitio;
- a impaciência;
- a loucura;
- a luxúria;
- a capacidade de brincar (com tudo o que isso implica, incluindo rebolar no chão atrás do gato, dançar no shopping do Bom Sucesso à hora de almoço, no laboratório ou no meio da rua);
- o sonho

E ganhei;

- um sentido muito mais positivo da vida;
- uma maior capacidade de cuidar de mim;
- um Miu, que todos os dias me resgata para as coisas simples da vida;
- um refinamento para distinguir o essencial do acessório;
- sonhos (novos, antigos, todos os dias aparece mais um!)

A todos os que muito contribuíram para que tudo isto acontecesse: OBRIGADO!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Viver a doença como parte da Vida

Na semana passada soube que uma das pessoas que eu mais admiro na empresa para a qual tenho trabalhado ao longo do último ano (nos EUA) - um líder brilhante e um homem exemplar - está doente, tem um tumor no cérebro. Em menos de uma semana as perdas de memória ocasionais e outros sintomas simples tiveram esse desfecho. De um dia para o outro é marcada a cirurgia e ele assume a doença perante a organização, escreve um mail (para as pessoas mais próximas) de uma simplicidade e humildade extraordinárias que intitula de "You never know..." - uma mensagem à qual não é alheia a eventualidade de poder ser uma despedida.
E, num gesto em que eu vejo mais uma prova de humildade, cria em http://caringbridge.org/ um site em seu nome para que as pessoas possam acompanhar o desenrolar da sua doença através de um diário que ele próprio e a família vão escrevendo, permanecer em contacto solidário com a família e deixar mensagens de apoio e testemunhos de vida. Uma espécie de visitas sem horário...
Confesso-vos: passou a ser um dos sites que visito uma ou duas vezes por dia. Porque admiro a pessoa e rezo pela sua recuperação, porque admiro a forma natural e humilde como a doença foi assumida, porque admiro a força daquela família e porque assim se pode estar próximo sem ser intrusivo, porque assim se pode estar informado sem ser bisbilhoteiro ou sem sentir aquela necessidade mórbida de tudo especular e tudo comentar.
A doença faz parte da Vida e o Paul está a lutar por ela. Lembrem-no nas vossas orações...
Raio de Sol

Novidades

No final deste mês vão surgir algumas novidades neste Planeta. Afinal já está quase a fazer meio ano que nasceu esta ideia, que eu nunca imaginei que ganhasse esta proporção, que fosse tão terapêutico e que me desse tanto prazer.

A primeira novidade já a vou revelar: vamos passar a ter um desafio, para já de periodicidade mensal, em que os seguidores deste Planeta poderão ser os autores da rubrica Gira-Discos vs Mp3. A primeira experiência foi tão bem sucedida que quero repetir. Já sabem que, sendo o meu pecado de raíz a Luxúria, isto dá "pano para mangas".

Depois vamos ter outra rubrica que ainda não está "baptizada" mas cuja génese já está definida. Acho que vai ser BESTIAL e o meu coração já palpita como uma batata frita na antecipação do resultado!

Neste meu Planeta densamente povoado, somos aproximadamente 3 pessoas e um gato por 0,5 metro quadrado (Ih!Ih!Ih!), gostamos de novidades!

Espero que gostem tanto como nós.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Por favor, digam "bom dia"...

Lembram-se do anúncio: "Diga bom dia com Mokambo, Mokambo, Mokambo..."? Pois bem, o meu apelo não é publicitário - não é preciso gastar dinheiro nem comer ou beber nada de especial. O meu apelo é muito simples: "Diga bom dia"!

Explico. Hoje voltei à minha antiga Universidade (Minho - Braga) para uma reunião no Departamento de Informática com o qual tento desenvolver trabalho de cooperação, no âmbito da empresa. Cheguei cedo, o encontro marcado começou um pouco mais tarde que o previsto e, como consequência, fiquei uns 30 minutos à espera, primeiro deambulando nos diversos corredores à procura do gabinete certo e depois esperando à porta pela chegada do meu interlocutor.
Era hora de entrada ao trabalho pelo que vi chegar várias pessoas - professores, alunos e funcionários. Mais de dez, seguramente, entraram no edifício e passaram por mim em corredores e halls sem mais ninguém. Nem um - nem mesmo um! - reconheceu a minha presença naqueles espaços dizendo "bom dia". Senti-me transparente e sem saber o que pensar.
A princípio ainda pensei "disseram bom dia baixinho e tu não ouviste" ou mesmo "têm uma capacidade de comunicar sem mexer os lábios e foi assim que disseram bom dia, mas tu não conseguiste ver nem ouvir"... Mas depois continuou a ser assim e eu não pude deixar de pensar: quando foi que deixámos de cumprimentar com um simples "bom dia" as pessoas que encontramos num local familiar como o nosso local de trabalho? Quando foi que passou a ser normal ignorar as pessoas ou fingir que não as vemos? Será assim noutros lugares e eu tenho sido afortunada ao ponto de não os conhecer ou de não ter reparado? Será assim nas Universidades onde a concentração de saber nos impede de interagir?... Espero que não e que este tenha sido um episódio insólito, mas isolado.
Já agora: "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite", dependendo da hora do dia em que me estejam a ler... :-)
Raio de Sol

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O sentido das prendas

Gosto muito de dar prendas. Sempre gostei. Gosto de pensar na pessoa e encontrar algo (uma coisa, um gesto) que a deixaria feliz. A sensação de ter encontrado "a prenda perfeita" é deliciosa. Porventura fico eu mais feliz do que a pessoa que recebe a prenda, embora eu deseje sempre que a alegria seja repartida. O valor nunca foi o mais importante e vai longe o tempo em que maioritariamente comprava as prendas. Agora, sempre que posso, faço-as eu mesma, tirando partido de alguma habilidade manual.

No ano passado predominavam os trabalhos em feltro. Este ano preparem-se os meus amigos, ou melhor, as minhas amigas... (sim, já vão perceber porquê só as amigas!). Durante a estadia nos EUA, e animada por uma colega americana, aprendi a fazer colares, pulseiras e brincos, a partir de contas dos mais diversos materiais (vidro, cristal, pedras naturais, etc...). Desde então (já lá vão uns meses) tenho-me deliciado a construir as minhas próprias peças, primeiro limitada às ideias das revistas, depois ganhando confiança para umas peças originais. É bom, é relaxante e faz-me bem. Outro dia dei por mim a sonhar que vendia algumas peças e percebi que, muito mais que o dinheiro, gostava de perceber se alguém valorizaria o que eu faço a ponto de querer comprar um colar, uma pulseira ou outra peça qualquer... :-) a propósito, aqui fica um exemplar (a fotografia não é o meu forte).

Para mim o sentido das prendas é a lembrança carinhosa de alguém a quem queremos bem e cujo sorriso queremos despertar.

Raio de Sol

I'm from outer space ou "Quando tudo está de pernas para o ar!"

Hoje tinha tudo para estar aborrecida, ando nauseada, com dores de cabeça e azia.
Para além disso quando acordei, de madrugada, chovia "desalmadamente". Tive de abandonar o quentinho da cama, os mimos do Miu, e enfrentar um dia chuvoso e cinzento. Tudo isso piorou consideravelmente quando o comboio atrasou, por motivo de avaria de outra composição na linha.
No laboratório estive a "desenvolver tarefas domésticas", que toda a gente sabe que eu ADORO! Sim, foi dia de descongelar o congelador e pôr reagentes em tupperwares. No fim do dia, atrasei-me e já não apanhei o comboio de volta que queria.

Apesar de tudo isso, passei e acabo o dia com um sorriso estúpido no rosto! E sei que vou chegar a casa e dançar como se não houvesse amanhã! Acho que até eu me surpreendo/confundo a mim própria.
Uma música dedicada a mim:



You're a carousel, you're a wishing well,
And you light me up, when you ring my bell.
You're a mystery, you're from outer space,
You're every minute of my everyday.

Pedi e ser-vos-á dado.

Às vezes esqueço-me de que há sempre algo acima de mim.

A semana passada sonhei/pedi um pequeno milagre e percebo agora que ele começa a acontecer. Às vezes basta pedir.

"Pedi, e ser-vos-á dado; procurai, e encontrareis; batei, e hão-de abrir-vos. Pois, quem pede, recebe; e quem procura, encontra; e ao que bate, hão-de abrir." Mt 7, 7

Obrigado!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

What's Love Got To Do With It

"You must understand
That the touch of your hand
Makes my pulse react
That it's only that thrill
Of boy meeting girl
Opposites attract

It's physical
Only logical
You must try to ignore
That it means more than that

(...)

It may seem to you
That I'm acting confused
When you're close to me
If I tend to look dazed
I've read it someplace
I've got cause to be

There's a name for it
There's a phrase for it (...)"

Sinto uma coisa estranha pela minha dona. Ao princípio pensei que eram cólicas, mas agora já não tenho tanta certeza. A verdade é que não sei bem como me comportar ao pé dela, especialmente quando ela passa a noite fora e me deixa a dormir sozinho. Acho que começo mesmo a gostar desta miúda. Já vos disse como ela é estranha, mas há qualquer coisa nela que me deixa "confuso" e que eu adoro. Para já gosto dos ombros dela, adoro aquela covinha entre o pescoço e o ombro, já para não falar dos pés! Hum... os pés! Simply love it. Assim com uns dedos muito pequeninos e perfeitinhos, ideais para mordiscar e atacar. Aaaaaaaaaah e o colo? Esta piquenina tem um colo espectacular, assim aconchegadinho, quentinho, bom para todas as horas do dia e da noite. Sabe também como me arrancar ronrons com as festas que me faz na barriga e no pescoço...
Quando ela está mais enervada durmo juntinho da cabeça dela, que nesses dias parece uma panela de pressão, nos outros dias durmo junto ao colo dela ou bem junto da barriga. Não gosto muito do tempo que ela passa ao computador. Tento distraí-la, mas nem sempre sou bem sucedido. Corro de um lado para o outro, como o jornal, tento beber chá da caneca dela, passeio-me no teclado... Mas é só porque ela me deixa confundido, assim como se estivesse com gases. Ela é um bocado teimosa, de modo que a maioria das vezes só me resta render. Quando assim acontece, deito-me no colo dela, ou então naquele espaço aconchegado entre as suas costas e as costas da cadeira, e fico ali a aproveitar a proximidade e o quentinho. Sei que, depois de algum tempo, ela se vai lembrar de mim e dar-me umas festas daquelas que só ela sabe. E só por isso vale MUITO a pena.

domingo, 9 de novembro de 2008

Estes senhores têm um ar muito patusco

Hoje fui até Serralves, ver a retrospectiva de Juan Muñoz (a exposição termina a 18 de Janeiro de 2009). Foi um agradável passeio entre senhores com um ar muito patusco e amigável. Bem sei que esta não é uma apreciação relevante do ponto de vista artístico, mas foi assim que eu os achei, foi este o sentimento que em mim despertaram e foi por isto que gostei. Apoiada no guião da exposição pude acompanhar e conhecer o artista e a sua obra, observar as peças e deixar-me tocar por elas. E assim vale a pena.
O que também vale sempre a pena, qualquer que seja a altura do ano, é um passeio nos jardins da fundação. Hoje ficaram-me no olhar e na memória os tons dourados, castanhos e vermelhos das folhas das árvores e o sol quentinho do final da tarde. Viva o Outuno!
Raio de Sol

Gira-Discos vs Mp3 - 22


Depois do bem-sucedido desafio da semana passada, voltamos ao "normal" na vida desta rubrica.
No Gira-Discos Chris Isaak e no Mp3 Maria João e Mário Laginha.

Boa semana!

sábado, 8 de novembro de 2008

Shaken, not stirred!


Gosto do 007 desde miúda. A minha mãe apresentou-me o senhor e desde aí partilhamos as duas este gosto. E digo-vos, não há nada que una mais uma mãe e uma filha que um gosto pelo 007. Qual estar nove meses na barriga? (No meu caso nem isso eu lá estive, que eu tinha pressa e vim-me embora de lá mais cedo) Qual amamentar? (Eu também não me habituei muito a este ritual e portanto comecei (quase) logo com leite de lata) O que me une fortemente à minha mãe é este gosto pelo 007!

Fui ver o último filme do 007, Quantum of Solace, e devo dizer gostei! Gostei e pronto!

Muito tiro, sim senhor! Muita acção, sim senhor! Muita morte, sim senhor! Duas boazonas, sim senhor! E um Bond mais brutamontes, menos charmoso, mas mais humano. Um Bond mais sofrido,mais ferido, mas também por isso mais forte. Não é o meu preferido, mas Daniel Craig vai muito bem neste filme. A música inicial também é bastante diferente do que é comum num 007 movie, mais ácida, gostei!

Depois disto acho que vou passar a alternar o tinto alentejano com "Three measures of Gordon's, one of vodka, half a measure of Kina Lillet. Shake it very well until it's ice-cold, then add a large thin slice of lemon peel." E atenção: "Shaken not stirred!"

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sou apaixonada por ele!

Sou uma apaixonada por muitas coisas, uma delas é o meu afilhado!
Hoje decidi "roubar" um post que escrevi no blogue dele (http://principezinho11.blogspot.com/) em Fevereiro deste ano.


"Fui convidada para ser madrinha dele quando a sua existência ainda era só um sonho. Soube que ele já existia na véspera de uma viagem e voltei “carregada” com o que viria a ser o seu primeiro presente: um papagaio colorido que até hoje continua pendurado no seu quarto!

Soube que ele era um ELE numa manhã, a meio caminho da Rua Dona Maria.
Nasceu num dia que ficou na história mundial actual (dia dos atentados de Madrid).
Peguei na mão dele, a primeira vez, no dia a seguir ao seu nascimento.
Desde logo não tive dúvidas é o afilhado MAI LINDO DO MUNDO! E a paixão oficializou-se com o primeiro toque.

Oficializou-se também este “amadrinhamento” e uma das mais belas fotos que possuo é desse dia e com ele. Ele dorme no meu colo e eu repouso o meu queixo na cabeça dele. É uma fotografia que transpira tranquilidade e carinho. Levei-o ao colo quando entrei na igreja e quando fui ler as leituras. Ele, claro está, quis morder o ambão e então tive que fazer dois em um, ler a leitura e afastá-lo do ambão “apetitoso” embalando-o na minha anca.

Fui acompanhando o crescimento dele e da última vez que o vi completamente saudável andava (andar não é bem o termo, parecia que ele queria atropelar o mundo).

Os acontecimentos que modificaram a vida deste afilhado, vocês já conhecem.

Desde essa altura para cá houve momentos de muita angústia, tristeza, medo e impotência. Ele e a família que o cerca foram revelando uma força, persistência e tenacidade que os elevou à classe de VERDADEIROS super-heróis. Nós, os amigos, fizemos alguns serões à porta das urgências para fazermos a única coisa que nos era possível, dizer que estávamos ali para o que desse e viesse. Lembro-me de quando lhe peguei a primeira vez após as ventilações. Foi estranho, confesso que parecia que estava a pegar numa mini-tábua de passar a ferro. A mãe tinha algum medo em deixar-nos aos dois, mas após insistência para que fosse arejar, ficamos os dois juntinhos, sozinhos com ele ao meu colo e comigo a dar-lhe banana esmagada. Cantei-lhe uma canção temática associada sempre com o mesmo tom e aquilo que parecia complicado decorreu com a normalidade possível. A minha admiração por esta família e por este afilhado cresce a cada dia que passa e neste mundo em que as certezas quase não existem, há uma que desde há muito me acompanha: a certeza de que este ser me faz querer ser uma pessoa melhor! Uma pessoa muito melhor!

Sou apaixonada por ele! Por questões profissionais já há mais de um ano que vivo fisicamente afastada dele 350Km.

Há dias em que chega a ser até fisicamente doloroso não estar perto dele. Chega a ser um vício dar-lhe beijos. Sentimos muitas saudades um do outro, mas quando nos reencontramos (como foi o caso do fim-de-semana passado) é como se houvesse uma mini-explosão de alegria! Juro que desta última vez até ouvi o fogo de artifício.Sempre lhe pergunto porque é que ele é tão lindo, a resposta é óbvia e vem com aquele bater de pestanas que só ele sabe fazer: “É LINDO PORQUE É LINDO! SÓ SABE SER LINDO!

Poemas que vivem na Casota da Piquenina (12)

Contigo aprendi coisas tão simples by Ruy Belo

Contigo aprendi coisas tão simples como

a forma de convívio com o meu cabelo ralo
e a diversa cor que há nos olhos das pessoas
Só tu me acompanhastes súbitos momentos
quando tudo ruía ao meu redor
e me sentia só e no cabo do mundo
Contigo fui cruel no dia a dia
mais que mulher tu és já a minha única viúva
Não posso dar-te mais do te dou
este molhado olhar de homem que morre
e se comove ao ver-te assim presente tão subitamente

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Circunstâncias



Hoje tento adaptar-me às circunstâncias... mas não está fácil!

Lua em Carneiro

A Lua entrou na casa do Carneiro, segundo os mais "conceituados astrólogos".

Deve ter sido isso que me lixou o dia!
Isso ou algum boneco de vudu onde andaram o dia inteiro a espetar alfinetes!
Conseguiram o vosso objectivo! Agora, por favor, dêem-me uma folguinha. OK?
Post Scriptum: Por causa disso, vou mandar o antibiótico e o anti histamínico ao ar e abrir uma garrafa de tintol! Fucas!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Tudo o que me vai cá dentro!

Decidi partilhar convosco o que me vai cá dentro.

Algo do meu interior!
Aqui vai!



A propósito da minha gripe

A propósito da minha gripe, lembrei me de uma música do Vitorino com letra do António Lobo Antunes. O título não podia ser melhor: "Todos Os Homens São Maricas Quando Estão Com Gripe".

Pachos na testa
Terço na mão
Uma botija

Chá de limão
Zaragatoas
Vinho com mel
Três aspirinas
Creme na pele
Dói-me a garganta
Chamo a mulher
Ai Lurdes, Lurdes
Que vou morrer
Mede-me a febre
Olha-me a goela
Cala os miúdos
Fecha a janela
Não quero canja
Nem a salada
Ai Lurdes, Lurdes
Não vales nada
Se tu sonhasses
Como me sinto
Já vejo a morte
Nunca te minto
Já vejo o inferno
Chamas diabos
Anjos estranhos
Cornos e rabos
Tigres sem listas
Bodes de tranças
Choros de corujas
Risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes
Que foi aquilo
Não é a chuva
No meu postigo
Ai Lurdes, Lurdes
Fica comigo
Não é o vento
A cirandar
Nem são as vozes
Que vêm do mar
Não é o pingo
De uma torneira
Põe-me a santinha
À cabeceira
Compõe-me a colcha
Fala ao prior
Pousa o Jesus
No cobertor
Chama o doutor
Passa a chamada
Ai Lurdes, Lurdes
Nem dás por nada
Faz-me tisanas
E pão de ló
Não te levantes
Que fico só
Aqui sózinho
A apodrecer
Ai Lurdes, Lurdes
Que vou morrer

domingo, 2 de novembro de 2008

Gira-Discos vs Mp3 - 21 (dois "vencedores")


Depois de lançado o desafio o júri, reunido na casota, decidiu publicar duas sugestões (uma só era pouco):

1) uma dupla feminina, que muito me agrada (em especial a ruiva) enviada pelo Luís R e

2) um conjunto BEM interessante enviado pela Maria Art (PJ e o Yorke together é bestial!).

Boa semana e obrigado pela participação!

Post Scriptum: Acho que vou lançar mais desafios destes!

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