domingo, 28 de setembro de 2008

Saber esperar


Hoje viajei, mais uma vez, para os EUA. A entrada no país acontece sempre por Newark; é aí que tenho o “prazer” de cumprir os procedimentos de imigração. Não é agradável, os polícias não são simpáticos e, acima de tudo não é rápido.
A espera é normalmente longa: entre 30 a 90 minutos, dependendo do número de voos/pessoas a chegar, do número de guichets a funcionar, da rapidez dos computadores (sempre os computadores!) e do estado de espírito dos funcionários… Muito importante!
O que qualquer pessoa que cumpre estes procedimentos sabe, é que não adianta protestar com o tamanho da fila, não adianta fazer cara feia, nem adianta alegar que se tem uma ligação daí a pouco… cada qual aguarda a sua vez, ordeiramente, telemóveis desligados e nada de confusões, isto que quiser mesmo entrar no país!

A experiência de hoje foi a mais desagradável que tenho desde há um ano a esta parte. Não foi a mais longa mas foi a mais desagradável. E não foram os polícias os responsáveis (podiam ser, acreditem!), foi uma senhora na fila, atrás de mim. Explico.

A senhora (portuguesa) saiu do seu voo (o de Lisboa que chegou minutos antes do meu, vindo do Porto) e dirigiu-se para a fila dos serviços de fronteira – mas para a fila dos residentes! Ah, e a senhora não é residente claro está!
Chegada à frente o polícia deu-lhe as indicações necessárias para se dirigir à fila dos não residentes – o seu estatuto. Que estava longa… mas é a vidita! Até aqui tudo normal, correcto?

Incorrecto, porque a senhora não queria ir para a outra fila – que é mais longa porque os procedimentos são mais demorados -, não queria esperar e não entendia porque tinha que ser assim. (Estão a adivinhar a minha sorte… quando veio recambiada ficou atrás de mim.) Durante os 60 minutos seguintes NÃO SE CALOU!!! Que estava tudo desorganizado, que era impossível, que este país não presta, que estes funcionários são muito lentos, que a outra fila é que anda e porque é que esta não anda, que isto é impossível… tudo isto repetido vezes sem fim, a olhar o relógio de 5 em 5 minutos e a reportar há quanto tempo estava na fila (acompanhada de um senhor – marido? companheiro? – que quase não abria a boca…).
Confesso que estive tentada, por mais que uma vez, a explicar-lhe o que lhe tinha acontecido, de uma forma lógica e racional. Não porque me sinta particularmente compelida a defender os americanos mas porque cheguei a pensar que uma explicação lhe podia acalmar a fúria. Mas não o fiz; não o fiz porque na verdade não queria que ela pensasse que eu queria conversar com ela (medo!!! não queria!!!) e não o fiz porque não me pareceu que ela procurasse uma explicação, mas apenas queixar-se, dizer mal e ter assim o que contar desta sua viagem aos EUA.

Com tudo isto (desculpem, o relato ficou mais longo do que eu contava) dei comigo a pensar: como é possível ser-se tão cego, perder-se assim a perspectiva sobre uma situação (e esta era simples) e não conseguir reconhecer um erro nosso e aceitar o que não pode, de todo, ser mudado? Como é possível não perceber que tantas e tantas vezes não é o mundo inteiro que está errado à nossa volta mas somos nós? Como é possível ser-se tão arrogante, tão crítico e tão negativo. Tudo está errado; todos estão errados.

Fiquei incomodada com aquela pessoa que proporcionou a si mesma e às pessoas que a rodeavam momentos tão desnecessariamente negativos. A arrogância e intolerância desta senhora relembrou-me, em coisas simples, a importância da humildade e de um olhar positivo sobre as coisas. Se calhar devia agradecer-lhe :)

Boa semana,
Raio de Sol

I am large, I contain multitudes!

"I celebrate myself, and sing myself,

And what I assume you shall assume,
For every atom belonging to me as good belongs to you. (...)"

Mais uma sugestão, neste Domingo, descubram o "Song of Myself" do Walt Whitman.
Não o reproduzo aqui porque é extenso, mas acreditem que não se vão arrepender!

Gira-Discos vs Mp3 - 16

Para esta edição do Gira-Discos vs Mp3, no auge da adolescência (16), decidi trazer-vos dois fados de duas gerações diferentes.


No Gira-Discos, Estrela da Tarde, na voz de Carlos do Carmo.

No Mp3, Fado Toninho, pelos Deolinda.

Aaaaaaaaah fadistas!

É assim que recebo a minha dona!

Calvin: I'm home from school

Calvin: OOF!
Hobbes: HELLOOO
BONK BING BOING
Hobbes: How's THAT for an enthusiastic greeting??
Calvin: Sometimes I wish you'd just buy me one of those "I missed you" cards.

sábado, 27 de setembro de 2008

Os gajos dos nosso tempo!

Dizem que começou a nova série d'Os Contemporâneos, mas parece-me que esqueceram de avisar a rtp1. Eu pelo menos não vi qualquer PUB. Adiante, começou!


Não percam o sketch do "Acelerador de Partículas" e depois vão mas é trabalhar!

Boas gargalhadas.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Listen very carefully!


Só para vos dizer que agora já posso escrever aqui neste blogue, sem ter que passar pela minha dona. Passei a ser um autor credenciado.


Aaaaaaaaaah, estes humanos não sabem o que os espera!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Poemas que vivem na Casota da Piquenina (3)


Este poema foi-me enviado e, apesar de ser uma "aquisição recente", não resisti a partilhá-lo convosco.




The world is too much with us; late and soon,
Getting and spending, we lay waste our powers:
Little we see in Nature that is ours;
We have given our hearts away, a sordid boon!
The Sea that bares her bosom to the moon;
The winds that will be howling at all hours,
And are up-gathered now like sleeping flowers;
For this, for everything, we are out of tune;
It moves us not.--Great God! I'd rather be
A Pagan suckled in a creed outworn;
So might I, standing on this pleasant lea,
Have glimpses that would make me less forlorn;
Have sight of Proteus rising from the sea;
Or hear old Triton blow his wreathed horn.
William Wordsworth

A minha dona

Estes humanos são estranhos e em especial a minha dona. Ora dorme comigo, ora me deixa o dia inteiro sozinho. Dá-me festas e depois quando eu faço umas acrobacias, juntamente com a minha partenair Ofélia para lhe agradar, fica muito zangada e dá-me palmadas. Acho que ela anda um bocado confusa.


Coitada, ainda é muito nova e anda à procura do sentido da vida! Estes humanos! Se aproveitassem os momentos bons e felizes que a vida lhes oferece sem se stressarem com o futuro, andariam tão mais contentes. E depois os animais somos nós.

Para mim o conceito de felicidade e alegria, passa por perseguir rolhas de garrafas, atacar molas, comer a minha ração, caçar os dedos dos pés da minha dona.... Aaaaaaaah, não há nada melhor.

Eu bem a tento ensinar, mas ela não colabora. No outro dia ofereci-lhe as minhas tampas de plástico, mas ela fartou-se depressa de brincar com elas. Vou ter que arranjar outra estratégia.

E depois estes humanos acham-se muito inteligentes e arranjam aqueles clichés, de que os gatos são independentes e mais não sei o quê. Às vezes ela não me dá os mimos todos que eu quero, como anteontem ... ahhhhh, mas eu tramei-a, no dia seguinte de manhã pus-me a miar bem cedo e ela teve que se levantar para me dar de comer. Bem Feito !

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Miu - o preto que vive na casota!

Quem muito estimo ofereceu-me o Miu.

Chegou na sexta-feira e já sabem que produziu muitas mudanças aqui na casota! Com ele vieram também a minha afilhada, a Nini e os meus compadres. Foi um pacote grande e a transbordar de calor, mimos e amor.

A minha afilhada cresce, literalmente, mas também em Graça e Sabedoria. Está a transformar-se numa mulher bonita, inteligente e ponderada.

Eles foram embora, o Miu ficou.

Com ele ficou também a agitação e as mudanças. A maior delas é que passou a existir uma criatura que salta, "grita", corre e rejubila à minha chegada.

Ele não precisa de um vet como este (cliquem aqui), porque aqui o Miu vende energia e mimo! E eu sozinha chego perfeitamente para o confundir.

A foto não é muito boa, mas vou tentar arranjar uma máquina para produzir uma mega sessão fotográfica.

Não vão faltar histórias para contar e por isso brevemente vamos voltar!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

When I ruled the world!

Hoje fiquei com esta música no ouvido, logo de manhã, e ninguém me calou o dia inteiro. (Algumas más línguas dizem que eu gosto dela porque que diz: I used to rule the world, mas eu digo-vos que é mentira!
O que gosto mesmo é dos versos que dizem:
I used to roll the dice
Feel the fear in my enemies eyes
)


Na altura em que chega ao Ooooh Ooooh saltava pelo corredor do departamento! Uma festa! Afinal sou uma Dancing Queen! Ah!Ah!Ah!

Aqui ficam letra e música!


I used to rule the world
Seas would rise when I gave the word
Now in the morning I sleep alone
Sweep the streets I used to own

I used to roll the dice
Feel the fear in my enemies eyes
Listen as the crowd would sing:
"Now the old king is dead! Long live the king!"

One minute I held the key
Next the walls were closed on me
And I discovered that my castles stand
Upon pillars of salt, and pillars of sand

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror my sword and shield
My missionaries in a foreign field
For some reason I can not explain
Once you know there was never, never an honest word
That was when I ruled the world
(Ohhh)

It was the wicked and wild wind
Blew down the doors to let me in.
Shattered windows and the sound of drums
People could not believe what I'd become
Revolutionaries Wait
For my head on a silver plate
Just a puppet on a lonely string
Oh who would ever want to be king?

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror my sword and shield
My missionaries in a foreign field
For some reason I can not explain
I know Saint Peter won't call my name
Never an honest word
And that was when I ruled the world
(Ohhhhh Ohhh Ohhh)

Hear Jerusalem bells are ringings
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror my sword and shield
My missionaries in a foreign field
For some reason I can not explain
I know Saint Peter will call my name
Never an honest word
But that was when I ruled the world
Oooooh Oooooh Oooooh

Um negro (ou deverei dizer preto?) na casota!

Uso este meio para vos dizer que, desde sexta-feira passada, já não vivo sozinha.
Tem sido bom, mas deixei de reinar na casota. Ele chegou e mudou tudo, e nem parece meu ser tão permissiva...
Bom, primeiro mudou a decoração, depois alterou os horários, apoderou-se do sofá, implicou com a minha Ofélia, fez um alarido logo na noite que chegou e, na cama, é tudo dele!
É preto (ou deverei dizer negro?) - vi esta palestra (cliquem) sobre as diferenças entre o negro e o preto, mas nem assim fiquei esclarecida. Fiquei bem disposta, mas não esclarecida.

domingo, 21 de setembro de 2008

Gira-Discos vs Mp3 - 15

Voltámos ao ritual de actualização desta rubrica ao Domingo! Gosto de rituais, mas sobre isso falarei noutra altura. Falarei sobre isso e sobre este fim-de-semana em que deixei de viver sozinha.


De volta ao tema desta rubrica, esta semana pautei as minhas escolhas pelo mote "cantar em português".

No Gira-Discos uma das músicas que mais gosto deste senhor que brinca com as palavras.
No Mp3 o regresso de um grupo dos anos 80.

Bom resto de Domingo e boa semana!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Poemas que vivem na Casota da Piquenina (2)

Pari uma rubrica, sem me dar conta.

Assim sendo, e uma vez que vou partilhando (cada vez com mais regularidade) poemas que vivem aqui na casota, decidi assumir a maternidade e baptizá-la (já sabem que não acredito no encerramento do limbo! ;)).
Chama-se, apartir de hoje, "Poemas que vivem na Casota da Piquenina".

Espero que gostem tanto como eu.


AUSÊNCIA

Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.

Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Presto? Presta e não é detergente!

A curta metragem que antecede o WALL E e que é de pôr os olhinhos a brilhar!




Cliquem aqui e deliciem-se!

domingo, 14 de setembro de 2008

LOL

O sentido de humor é uma das qualidades que mais admiro.
Hoje não pude deixar de soltar uma gargalhada ao esfolhear o jornal Público. Na página 14, e a propósito do furacão Ike, pode ver-se uma foto que mostra uma casa térrea com um homem sentado nas escadas e com uns taipais para proteger as janelas, onde num deles se lê: " Go away Ike Tina ain't here".
Ah! Ah! Ah!

sábado, 13 de setembro de 2008

Gira-Discos vs Mp3 - 14

Desta feita resolvi juntar 2 em 1 no Gira-Discos: uma música e um actor de quem GOSTO MUITO (e com quem me cruzei em NY :)). Kevin Spacey canta Beyond the Sea de Bobby Darin.


No Mp3 um género musical que até hoje ainda não tinha tido espaço, aqui no Planeta. Não sendo especialmente fã nem do género, nem do cantor acho esta música bestial! A letra é deliciosa.


Bom Domingo e boa semana!

Passagem do WALL E que me é dedicada

O WALL E é um filme delicioso! É um docinho depois de uma refeição de peixe cozido, uma chávena de chá quentinho numa tarde de inverno, uma água fresquinha e uma sombra num dia de calor...

Os autores pensaram em mim e escreveram uma passagem que me é dedicada, o personagem do Capitão diz então a determinada altura do filme (+/- isto):



" Sobrevives te a tudo, não foi pequenina?
Fizeste uma longa viagem.
O que tu precisas é de água e mimo.
Água e mimo."

Assumo: tenho os fios desligados!

Tenho uma sexta-feira a menos! Não bato com elas todas! Se me desse nas perninhas ficava sem andar, como me dá na cabeça fico assim!



Tudo expressões que se me podem aplicar. Basicamente sou insane! Quem me conhece sabe, os outros... descobrem rapidamente!


O último ano e meio contribuiu, em muito, para potenciar esta insanidade: um trabalho num local que é díficil de descrever, um romper de um relacionamento ao estilo descrito por Lobo Antunes - cliquem aqui para saber como é (onde nem sequer faltou aquele cliché do ah, és tão bonita e inteligente, tenho que me encontrar... Como diria um colega meu: "Ooooooooooh Bullshit!")... Enfim, como costumo dizer agora, entre problemas profissionais e emocionais, só me resta aguardar pelos de saúde para fazer o pleno! Nalguma coisa tenho que ganhar o primeiro prémio enão ficar com aquela sensação que apostei tudo na cor e no número errado da roleta!

Tento disfarçar esta insanidade, porque como se sabe isso só é útil no caso de querermos ser pirómanos, e porque o resto do mundo "plays by the rules".
Agora trabalho num sítio onde, até ver (porque tudo passou a ter um carácter muito provisório na minha vida), o ambiente é muito bom e as pessoas são muito "easy going". Ao fim de três meses, já toda a gente me conhece pelas sonoras gargalhadas, pelos ataques de riso que tenho e proporciono, pelo falar alto, porque quando me vou embora ao fim do dia (e porque há colegas a quem isso provoca arrepios - e não é no bom sentido) canto uma canção da "Música no Coração" (So long farewell, Auf Wiedersehen, Adieu...) ou então uma do José Cid (Adio, Adieu, Auf Wiedersehen, Goodbye)...

Ao fim de dois meses de lá estar, num momento em que procurava companhia para um café e todos estavam indisponíveis, alguém me disse: "Não tomo café mas vou contigo, é o mínimo que posso fazer por quem me faz rir todos os dias!". E assim sou a "palhaça de serviço"! Não o considero algo menor, ou uma mancha na reputação, para dizer a verdade gosto deste papel! Alguns dos meus amigos "mais crescidos" e as pessoas normais, diriam que isto é mau para a minha imagem, que deveria cultivar uma imagem mais séria, mais comedida, mais polida, mais de acordo com alguém que quer ter uma carreira... não digo que não tenham razão (têm e muita) mas tudo o que me ocorre é: ooooooooooooooooh Bullshit!

Esta semana adicionei às cantorias, uma coreografia! E porque sou, como muitos me apontam, exagerada e desde que fui ver o Mamma Mia os Abba acompanham-me, no fim da semana já éramos umas quatro pessoas a cantar e a dançar a "Dancing Queen"! A maioria fica só a assistir, com um olhar entre o "eu não acredito que estão a fazer isto" e o "até gostaria de alinhar".

Sou tão insane, que outro dia uma colega abordou outra dizendo-lhe "Já tive para perguntar à Piquenina o que é que ela toma... Estava a precisar de tomar algo que me pusesse assim!"

Felizmente e até ver (sim, porque hoje em dia estou sempre à espera de como é que tudo pode piorar de um momento para o outro) não preciso de cogumelos alucinógenos para ficar assim, digamos que é parte do meu "charme" natural (como o restaurador Olex). Ah! Ah! Ah!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Na mesinha de cabeceira (3)


Fiz a minha primeira incursão na leitura em espanhol e digo-vos foi HILARIANTE!







Mas vou-vos contar tudo desde o início:

  • O livro aguardava-me em casa. (Foi um presente de uma das minhas amizades mais antigas -em tempo e também em idade- e com quem compartilho alegrias, tristezas, livros, filmes, músicas, mimos, tontarias, disparates, mas sobretudo um bem-querer muito grande. Se esta Piquenina é crescida em algumas coisas, a ela o deve... Com ela descobri (e continuo sempre a descobrir) muitas coisas. Já lá vão quase 17 anos, não é verdade Carmenzita????) Ele era o Mimo nº 4 de um conjunto de mimos, que me aguardavam na mesa na sala, e dos quais também fazia parte uns monstrinhos do Universo Tim Burtoniano e que agora estão na minha mesinha de cabeceira! É para ver se tornam os meus pesadelos mais divertidos e os meus sonhos mais negros e quem sabe se assim não poderei fazer parte do Nightmare Before Christmas??? (Um dia destes vou-vos mostrar um outro mimo que está numa moldura rosa-choque, para verem as tontarias que esta miúda descobre!!!)
  • Tocar este livro é bestial. É um livro aquático! Pode-se levar para a piscina, para a banheira, e sobretudo para uma ilha! Água não representa qualquer problema!
  • O título não podia estar mais apropriado à fase que me atravessa: "Psiquiatras, Psicólogos y otros enfermos".
O autor chama-se Rodrigo Muñoz Avia e a história incide também sobre um Rodrigo. É um homem de classe média, casado e com dois filhos, que trabalha numa empresa familiar e leva uma existência feliz e sem sobressaltos até que "descobre" uma alteração nervosa provocada pelos botões de um casaco do cunhado. O cunhado, que é psiquiatra, sugere-lhe a necessidade de um tratamento para se curar dessas perturbações e apartir de então a vida deste homem vai parar nas mãos de psiquiatras, psicólogos, curandeiros e "outros especialistas" em desmontar o seu sistema emocional e... (têm que ler para saber o que significam as reticências).
O livro abre com uma passagem deliciosa:

"Hola. Me llamo Rodrigo. Rodrigo Montalvo Letellier. Antes de ir al psiquiatra yo era una persona feliz. Ahora soy disléxico, obsesivo, depresivo y tengo diemo a la muerte, o sea, miedo. En el psiquiatra he aprendido que la palabra felicidad es una convención que carece de sentido. He aprendido que el hecho de volver a ser feliz algún día no sólo es imposible, sino completamente imposible. Ahora me pregunto más cosas de las que me gustaría: sobre la muerte y sobre la vida."

Para além da ironia, que atravessa todo o livro, o engenho com que Rodrigo usa a parafasia do protagonista para fazer uma sucessão de jogos de palavras resulta em algo delicioso! Uma das minhas passagens preferidas é o seu encontro (almoço) com um psiquiatra argentino! Com ele o nosso protagonista desperta para o medo da morte e que lhe permite chegar ao fim e dizer: "“sigo siendo parafásico, obsesivo y medianamente infeliz, aparte de tenerle un miedo atroz a la muerte”.
Se doperem não cerpam! Ah! Ah! Ah!

Gaivota


Gosto de ilhas!

Desde sempre... Não sei a razão, mas gosto.

Sinto-me sempre melhor nas ilhas e gosto dos seus "nativos" (pode ser impressão minha, mas têm um jeito de estar na vida diferente).


Em inglês o termo deriva de uma palavra que significa "Waterly Land"...

Se calhar é por isso que gosto das ilhas do poder de poder ver o mar, ou então porque sou como as gaivotas, gosto de chegar à beira-mar no final do dia para repousar.


Tive a sorte de já ter estado em algumas e vou-vos contar um segredo, cheguem-se aqui ao pé de mim, tenho um roteiro de viagem só de ilhas se um dia puder tirar o tempo e tiver o dinheiro para passar uns meses a viajar...


Assim, podia ser gaivota a qualquer hora do dia, abrir as asas e voar ou fechá-las e repousar!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Klimt, Gustav

Sou ignorante em quase todas as àreas (e não é falsa modéstia, é mesmo verdade), sendo que a pintura é apenas uma delas. Não sei identificar muitos dos pintores, ou reconhecer-lhes a técnica, ou situá-los no tempo... Sei apenas do que gosto de ver, do que me consegue “falar”, e sei que a maioria das vezes me “passam ao lado” os vários significados da obra, das “mensagens escondidas”... Vou tentando aprender, mas nem sempre consigo, tenho tempo ou me dedico.

Isto tudo para vos dizer que dentro da “piquenina” aldeia de conhecimento sobre o assunto, há um pintor de quem gosto mesmo muito: Klimt, Gustav Klimt.


Se fosse taróloga só leria nas suas “Cartas Douradas de Tarot”;
Se fosse médica teria sempre em mente “A Medicina”;
Se fosse uma “Cobra de Água” só aceitaria ser pintada por ele;
Se tivesse dinheiro teria por cima da cabeceira da cama “O Beijo” para me sentir sempre abraçada e beijada;
Se tivesse poder, mandaria colocar à porta de entrada de todas as casas “A Àrvore da Vida”, à porta das igrejas “Vida e morte”, a todos os desiludidos daria “A Esperança”, e a cada mulher ofereceria “As Três Idades da Mulher”;
Se pudesse clonar quadros, ofereceria a cada um dos meus amigos “A Macieira”, porque afinal as àrvores não só dão fruto como morrem de pé...

E por aí em diante...

Infelizmente os meus olhos ainda só repousaram n’”As Virgens”, que se encontram num museu num local recôndido de Praga, mas digo-vos que só o esquecerei quando o fantasma do sr. Alemão me atacar...



sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Inconfidências!

Pensei, pensei, pensei e não resisti! Enviaram-me este e-mail (depois de eu ter feito forward de um e-mail a pedir que me descrevessem numa palavra) e não resisto a partilhá-lo convosco por várias razões:


1) Está estupendamente bem escrito;

2) Veio de alguém que muito admiro, que é de uma extraordinária beleza e de quem me orgulho de ser amiga;

3) Esse alguém tem feito mais por mim do que alguma vez eu serei capaz de retribuir ou "pagar";

4) Porque este e-mail é símbolo dos muitos "piquenos" gestos com que me têm presenteado ultimamente (e aos quais eu sei que não tenho retribuído, mas um dia destes eu volto e depois podem-me bater).

Por último, não sei se qualquer semelhança entre esta minha descrição e a realidade não será mera coincidência mas sei que aquele quentinho existe, que as palavras são sentidas e que o Xi-coração é grande.

A ti, que me enviaste o e-mail, espero que me perdoes a inconfidência. Aí vai então, aaaaaaah e no assunto do e-mail dizia: "300 e tal palavras- uma não chega".


"Não consigo (descrever-te) só numa palavra...

Pensei, pensei... e não encontrei uma só palavra que significasse ao mesmo tempo força e fragilidade... porque me parece que não existe uma palavra que signifique ao mesmo tempo algo e o seu contrário (digo eu!). Talvez os orientais tenham uma palavra assim...

No outro dia, fiquei fascinada com o significado da palavra TU em chinês: TU é uma pessoa que abriga o meu potencial; só serei eu,verdadeiramente, perante um outro, porque é nesse outro que me descubro, que descubro o meu potencial.

Gosto quando a linguagem é mais simbólica, quando não é só aquilo que dizemos, quase esvaziado de sentido...

Bom, mas o queria dizer era que não tendo encontrado uma palavra, encontrei uma ideia:

FIO DE TEIA DE ARANHA.

Tu dirias que és aparentemente forte, mas na realidade frágil. Eu digo que é o contrário. Neste momento da tua vida és aparentemente frágil, mas na realidade forte, como um fio de teia de aranha. Mesmo com todas as intempéries que te têm assolado e despedaçado. E sinal disso são todos os pequenos passos que tens dado, todos os pequenos assomos de lucidez, todas as pequenas coisas que teimas em fazer apesar de tudo, apesar da dor. Manter um Blog, ter um gato, comprar um carro, pedir ajuda (ainda que de forma muito subtil).

Talvez não sejas, neste momento, uma teia. Mas és um fio e, embora te sintas presa por um fio, eu acredito, confio, que esse fio não se quebrará, jamais. No que depender de mim, no que eu puder, estarei aqui como alguém que abriga uma grande teia rendilhada (porque é isso que podes ainda ser), alguém que se esforçará por não deixar quebrar o fio, por ajudar a transformá-lo, novamente e aos pouco numa pequena grande teia.

E porque eu também só sou eu porque te tenho, moras sempre aqui, no quentinho, e aí, no quentinho, és mesmo uma pequena grande teia rendilhada.

Xi coração"
Post Scriptum: A todos os que têm andado por aqui "de volta de mim", ainda que eu os enxote ou os ignore, obrigado.

Gira-Discos vs Mp3 - 13 (sem qualquer superstição)

Parece que foi ontem e já lá vão 13 semanas de Gira-Discos vs Mp3. É impressão minha ou apartir de certa altura parece que as leis do universo mudam e o tempo não passa à mesma velocidade?

Aqui no Planeta a única superstição é a eventualidade de poder morrer de estupidez natural, sem se ter consciência de tal, por isso o número 13 não assusta ninguém!

Mais uma vez não recorri à lista já compilada (e que já tem músicas para mais outras tantas semanas) e fiz duas novas opções. No Gira-Discos um género musical ainda não contemplado aqui no Planeta, mas que tem o dom de limpar a mente, arrepiar a pele e até criar lágrimas (génios são estas criaturas que são capazes de nos emocionar com um "conjunto de notas").
No Mp3 uma música de quem muito me agrada, acompanhada da cena de um filme que gosto de ver quando estou de "mal com a vida" (é bem disposto, não-pretencioso, tem um personagem decadente e tem um belo início). Também este senhor é capaz de arrepiar, limpar a mente e fazer correr lágrimas (aconteceu-me o ano passado quando o ouvi no Theatro Circo).

Espero que gostem tanto como eu!

Post Scriptum: Estarei ausente da net no Domingo, por isso antecipei este ritual!

As mãos (o mais recente poema que vive na casota)

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

Manuel Alegre

Mamma Mia

Imaginem:

1) que junto os meus amigos;
2) que os levo para uma ilha e que decidimos brincar às teatrices;
3) que até aqueles que cantam (MESMO) muito mal, também têm direito a cantar (e são uns poucos que eu conheço e que se podiam candidatar);
4) que nos divertimos imenso, porque só o fazemos para nosso bel prazer!

O Mamma Mia é isto!

Nunca, até hoje, nada tão kitsch e tão "não-filme" me soube TÃO BEM!

Ainda ando para aqui a cantarolar o Dancing Queen. Se quiserem recordar cliquem aqui.


Post Scriptum: Só não poderia fazer um "Mamma Mia" com os meus amigos, porque (infelizmente, e desculpem rapazes) não há nenhum Pierce Brosnan no grupo!

Na mesinha de cabeceira (2)

Na realidade ainda ando à volta com vários livros, mas estas férias trouxeram-me um livro sobre a "doce" melancolia dos tempos que já não voltam mais. O Livro: "Reviver o Passado em Brideshead" da autoria de Evelyn Waugh.


Charles Ryder revive, em tempo de guerra, o período que antecede a II Guerra Mundial, altura em que conheceu na Universidade de Oxford Sebastian Flyte (e a sua família Marchmain).

Sebastian Flyte tem tanto de encantador, como de misterioso e excêntrico e a vida de Charles muda radicalmente com este encontro.

Charles apaixona se por Sebastian e deslumbra se com a sua família que tem tanto de "encantadora", requintada e formal, como de problemática e complexa nas relações, na fé e nos afectos. O modo como a decadência se instala e como os costumes podem ser castradores e/ou destrutivos são bestialmente abordados. (Eu confesso, tenho um fraquinho por personagens decadentes).

Et in Arcadia Ego

Post Scriptum: Obrigado ao Miguel pela sugestão!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Gira-Discos vs Mp3 - Especial

Quero ir ver o "Mamma Mia", porque:
1) deve ser bem-disposto;
2) lembro-me das músicas tocarem lá em casa quando era miúda;
3) quero "lavar as vistas".

Assim decidi fazer uma edição do Gira-Discos vs Mp3 especial, dedicado aos ABBA!

"Here I go again"

E se, de repente, um desconhecido vos oferece uma revista?

E se, de repente, um desconhecido vos oferece uma revista?
É um gesto simpático.

E se, acompanhado da revista o desconhecido vos diz: "Está com um ar tão triste, pode ser que ajude..."?
É sensibilidade.

E se depois nos diz: "Há dias em que não nos apetece falar com ninguém", nos dá um sorriso e nos pergunta: "Vai ficar bem?"
É de nos deixar sem palavras.

Aconteceu hoje a caminho de casa.

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